O HOMEM DO TREM – UMA LIÇAO DE BENEVOLÊNCIA

Eram cinco horas da manhã de domingo e um homem acompanhado de duas crianças adentra o trem com destino a várias estações, senta-se ao lado de um velho e fecha os olhos.

As duas crianças assentam-se nos bancos da fileira lateral e assim que percebem que o pai fechou os olhos começam a andar no corredor do trem, andando e depois correndo.

Após alguns minutos começam a pular as poltronas, caindo por cima de algumas pessoas, esbarram nas pessoas que estão em pé e derrubando o que elas trazem nas mãos.

Os passageiros contrariados começam a fazerem caretas e a falar baixinho com as crianças.

A polidez do senhor ao lado do pai das crianças não o permite que o insulte, embora seja isso que deseje fazer.

Na tentativa de despertá-lo lhe cutuca com o cotovelo e lhe diz:

_ Senhor! As crianças estão bagunçando no trem, o senhor não acha que deve fazer alguma coisa? Indaga o velhinho.

_ Eu devo! Diz o pai meio desalentado.

_ Sim! O senhor não é o pai?

_ Sim! Eu sou... mas o que devo fazer...

_ O senhor está bem? Pergunta o velhinho ao perceber o olhar vago daquele homem.

_ Não sei! Não sei o que fazer...

_ Mas, como?

_ Minha esposa sempre cuidou deles, eu passei cinco dias com eles no corredor do grande hospital ali do centro e esta manhã o médico me informou que ela morreu, eu não sei o que fazer... de repente tudo ficou meio em câmera lenta e eu não sei como agir... Disse o homem com os olhos enevoados pelas lágrimas que teimavam em sair.

Diante da situação o velho se sentiu tocado pela dor daquele irmão e sentindo misericórdia para com ele, imediatamente prontificou-se a ajudá-lo.

_ Diga-me se há alguém para quem eu possa ligar? Você e as crianças podem ficar lá em casa até resolvermos tudo. Eu o ajudarei com o enterro de sua esposa.

Anestesiado pela dor o homem com tudo concordava.

*****

Basta que ouçamos a história da vida do outro para que não o julguemos mais.

A benevolência para com o nosso próximo é recurso que plantamos para nós mesmos.

OBS.: Baseado em uma história real.