A JUSTIÇA (QUE VOCÊ NÃO VÊ)...
Antonio era o esposo de Maria, e ela era irmã de José. Antonio amargava dias difíceis com a morte de seu irmão caçula, que partirá tragicamente assassinado por Augusto, por causa de uns trocados.
Augusto fora preso, logo após o ato. Levado para a delegacia confessou o crime, o julgamento foi rápido e em menos de dois meses ele estava no presídio.
Logo Antonio recebeu uma visita de um amigo, que trabalhava na carceragem do presídio e diante da dor de Antonio o amigo propôs:
_ Se você quiser a gente pode dar cabo dele rapidinho! É só você dizer. Falou Lauro.
_ Não sei! Balbuciou Antonio.
_ Você pensa e depois me liga. Ninguém vai descobrir. Tudo vai parecer um acidente ou suicídio. A gente pensa na hora. Tá bom?
_ Vou pensar. Disse Antonio.
Logo após aquela conversa a filha caçula do casal caiu doente e Maria teve que leva-la as presas para o hospital, onde ficou internada.
Assim que as companheiras espíritas ficaram sabendo da internação da filha de Maria, correram para o hospital a fim de prestar solidariedade a amiga.
Augusta médium de longa data adentrou o quarto e viu um jovem chorando em volta da menina e de dona Maria e ele dizia sem parar algo, que de pronto dona Augusta não entendeu.
Ela recolheu-se em prece em favor do jovem, da criança e da amiga e então como se seus ouvidos se abrissem ela pode ouvir o que o jovem dizia.
_ Por favor! Não permita que Antonio cometa uma barbaridade desta, tudo que me aconteceu tinha que ser, esse irmão necessita de misericórdia e amor. O jovem irrompera em choro novamente.
_ Maria tem aqui um jovem que esta pedindo a você que ... E transmitindo a mensagem do jovem a amiga, ela se despediu e saiu do quarto para que as outras pudessem entrar.
Maria pensou no cunhado, mas não quis comentar nada com Augusta porque teve medo pelo marido.
Como que por milagre a menina melhorou e recebeu alta naquele mesmo dia.
Assim que chegou em casa, Maria narrou o fato ao Marido, que começou a chorar.
Ele então lhe contou sobre a proposta de Lauro e que ele ia ligar a noite para pedir a morte de Augusto.
Juntos eles oraram agradecidos a Deus, por não permitir que eles fizessem tal ato. Maria agradecia a Deus e ao cunhado por seu marido não tornar-se um assassino. E Antonio agradecia a Deus a oportunidade de exercer a misericórdia para com aquele que lhe tira o irmão de suas vistas.
Naquela noite Antonio ligou para Lauro e pediu:
_ Não permita que nada aconteça a esse homem.
_ Mas, como? Perguntou Lauro.
_ Garanta a ele segurança para cumprir a sua pena. Obrigado! Despediu-se Antonio.
Anos mais tarde José veio à cidade e resolveu conduzir o táxi do amigo por um dia para que pudesse ir passear com a esposa, logo na primeira viagem ele pegou um homem, que lhe trouxe a mente velhas lembranças.
_ Bom dia! Disse o homem sorrindo.
_ Bom dia! Respondeu José, que conhecia toda a história da manutenção da vida daquele homem.
_ Eu o conheço? Perguntou o passageiro.
_ Sim! Respondeu José.
_ De onde? Perguntou o homem.
_ Bem, eu acho que você não vai gostar de saber. Falou José.
_ É da prisão? Perguntou o passageiro meio sem graça.
_ Não! Eu sou o irmão do rapaz que você matou.
Imediatamente as lagrimas brotaram dos olhos do passageiro e ele deu vasão a um sentido choro.
Depois de algum tempo o passageiro falou: _ Eu gostaria que você soubesse que me arrependo muito, que hoje sou um outro homem e que graças a tudo isso Deus entrou em minha vida, queria poder pagar todo o mal que lhes fiz.
_ O fato de você ser um novo homem é para nós um grande alivio e motivo de muita alegria. É a certeza de que Deus nunca te desamparou, sempre esteve a sua espera e quanto a nossa família sei que falo por todos, saiba que não lhe guardamos mágoa alguma.
O passageiro enxugou as lágrimas e descendo do carro agradeceu as palavras amorosas daquele irmão a quem com certeza suas ações haviam ferido profundamente.
José despediu-se do homem que apesar da pouca idade parecia ter mais de 50 anos. E ficou pensando na beleza da Justiça de Divina, que não só aprisiona mais exige reparação e quantos jovens aquele homem convertido pela dor não conseguiria afastar do mau caminho com o seu exemplo e o seu amor.
José ainda divagava mentalmente sobre o amor infinito de Deus que recuperava as almas quando foi novamente parado para uma nova corrida.
À noite, José muito emocionado narrou ao irmão e a cunhada tudo sobre o encontro.
E todos agradecidos fizeram uma prece de gratidão a Deus, pelo retorno daquele irmão que se encontrava perdido e que fora achado.
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A justiça vai muito além da nossa visão, ela promove mudanças e transformações.
No mundo há injustiças, mas jamais injustiçados.
Muitas vezes aquilo que aos nossos olhos parece injustiça é apenas a expiação de uma divida ou a prova de que já aprendemos a lição primeira do Senhor, que é o AMOR!
A Justiça Divina se manifesta em toda a ação e de qualquer ação sempre colherá no final o bem. Seu alicerce é o AMOR, sua ação tem por meta o AMOR, suas ferramentas levam sempre a conquista do AMOR e nada nem ninguém pode escapar do AMOR.