Pobreza em festa
As pessoas ricas têm o hábito de considerar o pobre como coitadinho, sem qualquer possibilidade de felicidade; muitas vezes, o pobre tem mais força, mais talento e mais saúde do que o rico. Não vou falar da imaginação! Como têm idéias sobre como melhorar seu pedaço de terra e livrá-los das intempéries; refiro-me aos pobres, não aos miseráveis que habitam palafitas e encostas sustentadas pela mão de Deus; esses são vítimas dos criminosos que comandam o Estado, como se estivessem comandando suas datas e afins. A criatividade dos governantes deu nome à favela-bairro, porque pavimentaram algumas ruas, abriram fossas e instalaram canos de água e fiação de luz; o resto que se dane! Criam escolas, creches, posto médico, distribuem leite em pó superfaturado e farinha das mais estranhas espécies de soja e colocam na TV para atrair visitas das ONG's. Essa população paga muito caro o preço das latrinas, dos canos de água e dos fios elétricos; muitas vezes, o preço é a vida de seus filhos e demais, pois, a truculência policial é uma constante nesses guetos. Hoje, a população acuada, evita sair à noite para seu lazer, pois, tem a vida por um fio; por que chegamos a esse ponto? Quem são os culpados? Essa pergunta sempre encontra justificativas, para os explicadores oficiais das noticias oficiais ou oficiosas. Por que falo em pobreza em festa? - até com uma ponta de melancolia, sobre a época em que os pobres tinham possibilidades de comprar a longo prazo um lote de terra, faziam suas pequenas casas, ajudando-se mutuamente e, quando estabelecido aquele núcleo social, ajudavam-se mutuamente, sendo necessária a redundância; emprestavam dinheiro sem juros, para que o vizinho pudesse pagar uma conta de luz, comprar carvão, pois, esse era o principal combustível do pobre, para comprar alimento numa emergência de fim de mês etc. As festas de aniversário, sempre com muita comida simples de festas, como pastéis, empadas, queijadinhas, doces de mamão, de abóbora, manjares, bolos de milho com coco e tantos outros acepipes, que faziam a alegria da vizinhança - festa da pobreza!