Contos Uivantes 6
Depois do vôo na chuva, a melodia lenitiva com cheiro de vida; depois da viagem abençoada o consolo confortante do sono, para depois, sossegada e finalmente, alma rainha em corpo dublê, sonhar. Sonhar para mais sonhar.
Foi assim que o amor chegou num delicado beijo em meus olhos cerrados,cujas pálpebras cautelosas recordavam tua
imagem perfumada de terra e colorida de paixão.
Falei-te palavras nunca reveladas na emoção jamais exteriorizada, dei-te todos os desejos íntimos para levares contigo,de modo que não precisarei dizer que "te adoro" e que "nunca te esqueço", porque amorzinho meu, até minhas palavras são tuas agora, nada sou desvinculada de ti, porque simplesmente estou em ti, e o que sou o sou por ti.
Lembras? Levaste-me no coração, que tem um quê de protetor e sedutor. Tremi,quando comecei a conversar contigo,porque não me ouvias; também sonhava meus sonhos e dormia meus desejos indiscretos, ansiando nosso matrimônio ungido do mel do amor.
E os ventosa uivantes intermitentes dentro e fora de mim, uivaram, lufaram,perfumaram, choraram às nossas janelas escancaradas ao Mistério, de emoção por verem que te dava um amor nunca sonhado por qualquer humano sonhável.
É único, perfeito e incondicionalmente teu o meu eterno amor.
Santos-SP-11/04/2006