Um dois três e o casamento

Um dia, uma semana, um mês ou anos. Tudo em pouco tempo.

Espaço de tempo suficiente para que três pessoas se conhecessem.

Seus corpos na Alameda I do Parque central se encontraram.

As mentes cada qual em seu lugar, viajando por vários lugares, sonhos, ambientes. Uma na casa, outra no trabalho, a última na vida toda!

Queriam eles estar atentos, todos em seus lugares, porém, apesar da aparente calmaria, era sabido que ali não estavam.

Um, dois, três, quatro segundos se passaram e alguém se mecheu. Suspirou.

Suspense, silêncio, suspiro...

Saudade.

A cena parada e sem graça passa progressivamente a ganhar emoções.

Um olhar, um abraço e um beijo. E pronto! Depois do "tchau" ninguém mais se viu naquele dia.

Domingo. Debaixo de uma grande árvore outro encontro acontece.

Cinco minutos para o diálogo. Formalidade. Olhares atentos.

Opa! Está faltando alguém... Não compareceu...

Ficou dois.

Seis horas da tarde. Um gato passou, miou e foi embora.

Distração.

_ Dois sorvetes, por favor!

_ De chocolate.

Sete, oito, nove pessoas passaram naquele lugar. Ninguém percebeu.

Um olhar, um abraço, beijos e um amasso. Não, O dobro de tudo isso.

Enfim, uma dezena de olhares, abraços, beijos e amassos e, ufa! Finalmente a química.

Mentes próximas.

Doze de Dezembro. Preparação para o casamento. A terceira pessoa era o padre.

O gato miou mais forte e a árvore deu frutos.

_ Pai, eu quero um sorvete!