A CHUVA NA SAPOLÂNDIA
A CHUVA NA SAPOLÂNDIA
Mário Osny Rosa
Depois de uma temporada de chuva, na cidade da Sapolândia o Prefeito daquele vasto município resolveu convocar uma assembléia para tratar dos problemas dos alagamentos, pois na cidade já não tinha como prestar qualquer socorro a aquela pobre sociedade de batráquios, as ruas estavam em estado lastimáveis.
O prefeito reuniu todos os tipos de batráquios no segundo andar da prefeitura, pois o primeiro já estava alagado a mais de três semanas, claro havia um excesso de água, mas água de boa qualidade não tinha mais para o uso dos sapos da Sapolândia.
As adutoras tinham sido contaminadas de esgotos em virtude das cheias, o prefeito estava num beco sem saída e necessitava do auxilio da cidade para resolver todos os problemas atinentes a uma quantidade de água nunca vista em toda a sua história, os sapos já não tinha mais com dar uma namorada nas noites de lua cheia a beira dos lagos ou das lagoas. Coaxarem suas canções para atrair suas namoradas em noite de luar, a chuva já era uma calamidade, o prefeito já tinha decretado emergência em todo o município.
O telefone de emergência da prefeitura não para de tocar com os pedidos de socorro e já nem tinham mais locais suficiente para alojar todos os sapos daquela comuna, os anfíbios já estavam passando fome, pois sem as noites enluaradas, não surgiam às mariposas para saciar sua fome.
Na Sapolandia eles cultuavam um templo em nome de um casal de batráquios que se suicidou por não poderem viver o seu louco amor, pois os pais da dita sapinha tinham proibido os encontros dos dois e por este motivo os dois colocaram fim as suas vidas, ao estilo de Romeu e Julieta.
O Prefeito convocou a toda a população da Sapolândia fazerem uma Romaria ao referido templo e pedir, que a alma daquele casal de anfíbio para interferirem ao Todo Poderoso a graça de que as chuvas cessassem e a vida voltasse ao normal na Sapolandia.
São José/SC, 22 de novembro de 2008.
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