Um Passeio Inesperado
Era uma manhã de terça-feira como qualquer outra para Ricardo Augusto, dog walker, conhecido por sua pontualidade e dedicação. Tomou seu café habitual, ajustou o relógio e saiu mais cedo para seu primeiro compromisso: levar Max, o companheiro fiel do Sr. Valter, um empresário exigente e renomado no setor imobiliário.
Ricardo sabia bem o quanto o Sr. Valter prezava por Max, um cachorro de personalidade marcante e o único amigo do empresário desde a perda de sua esposa. Por isso, decidiu garantir cada detalhe do passeio. No entanto, saiu com tanta pressa que sequer passou pelo sanitário antes de iniciar sua caminhada com Max.
Com meia hora de caminhada e ainda alguns quilômetros para percorrer, a urgência o fez decidir parar em um sanitário público, amarrando a coleira de Max à grade da entrada. Depois de uma olhada rápida ao redor para garantir que não havia ninguém suspeito por perto, entrou no banheiro. Mas, ao sair, teve uma visão que fez seu coração quase parar: Max havia desaparecido. Só a coleira restava.
Desesperado, Ricardo começou a correr pelo parque, chamando pelo nome do cachorro. Abordou quem passava, mostrando a foto de Max, perguntando a cada um se tinha visto o cachorro. Deu seu cartão de visita, espalhando o número na esperança de alguma pista. Mas não teve sucesso. Depois de uma hora de buscas, já sem forças e sentindo o peso da responsabilidade, decidiu que a única saída era falar com o Sr. Valter e contar o que havia acontecido.
No caminho para o escritório do empresário, uma notificação no celular chamou sua atenção. Era uma mensagem de um número desconhecido: “Atenção! Mil reais e seu cão estará em suas mãos.” Ricardo gelou. Não tinha esse dinheiro, e o pânico o consumiu por alguns minutos. Porém, ele percebeu que precisava agir rápido e que não poderia fazer isso sozinho.
Ao chegar ao prédio do Sr. Valter, foi direto ao porteiro, Seu Assis, e explicou a urgência da situação. “É sobre Max, o cachorro dele”, disse. Sabendo da importância de Max para o Sr. Valter, Seu Assis autorizou sua entrada. Ricardo subiu ao escritório sentindo o peso da responsabilidade.
Quando entrou, o Sr. Valter estava sentado, com um olhar que misturava impaciência e apreensão. Antes que Ricardo pudesse dizer qualquer coisa, ele perguntou: “Onde está Max?”
Ricardo respirou fundo e contou tudo. Explicou sobre o passeio, a parada no sanitário e a mensagem de resgate. Esperava uma explosão de raiva, mas para sua surpresa, o Sr. Valter ficou em silêncio. Depois de alguns instantes, ele suspirou e disse: “Vamos resolver isso juntos.”
Decidiram ir até a polícia para registrar o ocorrido e, enquanto isso, planejaram um encontro com os supostos sequestradores. A polícia montou uma operação discreta, e, com o apoio de oficiais disfarçados, combinaram um local para a entrega do dinheiro. O Sr. Valter, que manteve a calma o tempo todo, surpreendeu Ricardo mais uma vez ao afirmar: “Não é o dinheiro que importa. É o Max.”
No local marcado, o resgate foi entregue, e os oficiais rapidamente intervieram, recuperando Max sem maiores complicações e prendendo os responsáveis. Quando Ricardo viu Max saltando de volta para seus braços, o alívio foi imediato. O Sr. Valter se aproximou, colocou uma mão no ombro de Ricardo e, com um sorriso contido, disse: “Você foi corajoso, garoto. Fez o que era certo.”
Com Max novamente ao seu lado, o Sr. Valter agradeceu profundamente a Ricardo e, impressionado com a sua honestidade, decidiu promover o jovem dog walker. A partir daquele dia, Ricardo passou a cuidar de Max em tempo integral, como um assistente pessoal de confiança do empresário. E assim, eles continuaram seus passeios diários, cada um com uma nova admiração pelo outro, sabendo que o laço entre eles agora era inquebrável.