- Alguns estudiosos afirmam que a origem etimológica da palavra "sopa" advém do sânscrito: "sú" e significa bem e "pô" que significa alimentar. Portanto, sopa traduz "bem alimentar". Já outras fontes apontam que a mesma palavra teria sido criada na Idade Média e derivada do germânico "suppa" que significada pedaço de pão embebido em líquido. A aula do Professor Henrique era um primor. Era um senhor de aproximados quarenta e poucos anos... já com fios brancos na cabeça... mas, pelo menos, não ficara calvo. Helena, sua aluna, detestava os carecas, particularmente, o frei franciscano que era calvo e lecionava latim. Helena era uma aluna de boas notas, mas em latim, só tirava o mínimo. Provavelmente, era o asco que sentia que impedia obter melhor desempenho. Helena nutria pelo Professor Henrique um típico amor platônico. Helena descobrira que o amor platonicus foi expressão que foi usada pela primeira vez no século XV por filósofo neoplatônico de Florença, Marsílio Ficino, como sinônimo de amor socrático... Certamente, o amor socrático deve ser aquele que até nos faz beber cicuta sem o saber que é veneno. Professor Henrique notava o excepcional interesse de Helena, mas não lhe dava muita atenção, afinal, era um sujeito ético além de recatado. Helena, depois da aula, seguiu para casa... e, sua avó... afirmou toda feliz que era o dia em que a sopa preferida da Helena era servida... sopa de ervilha com bacon. Novamente, Helena lembrou da aula do Professor da Língua Portuguesa e, no auge de seus quatorze anos, disse: - Vivemos aguardando a sopa... seja para os dias frios, tristes ou alegres. Alimentar o corpo e sustentar a alma são metas de todo sobrevivente.