A beleza é algo contuso, forte e impactante. Provoca pensamentos e exalta contextos. Sem dúvida, há pelo menos, duas formas de enxergá-la, uma de forma objetiva, revelada pelos sentidos e, inerente ao gosto de cada pessoa humana.  A beleza aguça sentimentos e pensamentos e, ainda, dita um equilíbrio harmônico. A beleza externa tem um caráter autoritário e, até, opressor. Outra forma de beleza é a interior, vinda da própria subjetividade, coisa da alma, do âmago, da lama fértil das empatias. Por vezes, apesar de tão procurada, não se revela, é misteriosa e navega por detrás das aparências. Não se concentra nos objetos, e nos faz refletir com maior liberdade e alegria. Por vezes, só conseguimos ver belezas intestinas e, que nos trazem prazeres  secretos e, eivado de esperança. Apesar da alma não comer pão, ela se nutre de beleza... E, diferente de outros nutrientes, ela nos deixa cada vez mais leves. A beleza dos deuses é oferecida aos homens como dádiva. Cai dos céus e se escondem, misericordiamente, por entre a humanidade. A outra beleza é a dos homens que oferecem aos deuses que sobe da terra em direção aos céus e ao infinito, como se fossem bolhas de sabão.  Mas, ainda assim, nem se fosse tudo tão belo e perfeito, não seria possível evoluir sem ser modificado. Edificado e construído todos os dias com as gotas de orvalho, de lágrimas, suor ou sangue. A beleza está em acreditar que nem que fosse a última qualidade a se conquistar, esta seria finita ou frágil. É a beleza revolucionária que nos faz entender, finalmente, o seu viés transcendental.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 14/12/2021
Código do texto: T7407123
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.