Uma vez na estação

É tudo o que você tem a dizer, Marcus?

Não, pelo contrário, baby. Não tenho nada a dizer.

Eu tentei te amar. Tentei fazer parte do seu mundo, gostei qiando você fez parte do meu. Mas é sempre como se você não estivesse lá. E agora vocêe ouve calado sem falar nada.

Era uma manhã de sábado, com céu azul, um jardim com flores bem cuidadas e aquela estação de trem com poucas pessoas. Marcus estava sentado com as mãos nos bolsos do moletom olhando pra frente ouvindo tudo o que Karina tinha pra falar. Estavam terminando depois de 5 anos juntos. Ela estava ao seu lado falando. Ele olhou para ela e disse:

O que eu posso dizer se você tomou a decisão? Adianta pedir desculpas? Eu falhei com a gente, você é mais uma pessoa de uma lista enorme que eu decepcionei. Falar isso me parece ser eu uma vítima. Que se foda, to afundando num monte de merda a cada dia, Karina. O culpado disso tudo sou eu. Simples assim.

Karina ficou calada. Pensou em dizer algo mas desistiu.

Fique você com sua auto piedade, Marcus. Seja feliz.

Seja feliz também, Karina. Eu amei você, ele pensou.

O trem chegou na estação e Karina embarcou sem olhar pra trás, sem um beijo de despedida.

O trem fechou as portas. Uma lágrima desceu pelo rosto de Marcus. O trem partiu da estação levando sua última esperança.

Marcus se levantou e saiu da estação. Perdido sem rumo. Sem rumo em sua vida, sem rumo para onde ir. Só queria sair daquela vazia estação...

Wesley R. Curumim