A fadinha Mirela
Perto daquela ponte de ferro, bem antiga, onde passava o trem, morava aquela moça, numa simples casinha de sapé. Ela tinha um coração puro como diamante, e desde pequena já tinha muita fé. Estava sempre ajudando as pessoas, e era tida como curandeira, já que gostava de ofertar ervas de sua horta, quando sabia que alguém estava doente. Tinha em sua humilde casa um altar, onde colocava a imagem de Nossa Senhora, Jesus, São José, dos Arcanjos e de alguns santos de sua devoção.
Era a bondade em pessoa, mas residia perto da casa dela uma pessoa má a Manuela, que tinha o coração duro como o ferro. Ela não acreditava em nada, só sabia fazer o mal, jogar praga, julgar mal, e roubar o que Mirela plantava em seu sítio.
Um certo dia, ela também caiu doente e percebeu que precisava dos cuidados de alguém. Não conseguia se levantar nem para fazer a própria comida, tomar banho. Já estava quase morrendo sozinha em sua casa.
Foi Mirela, quem percebeu que a vizinha não estava saindo de casa, e resolveu ir até lá para ver o que estava acontecendo. E escutou a outra gemendo de dor.
Na mesma hora, Mirela arrombou a porta, entrou, deu banho, fez uma sopa para a mulher, e foi correndo em casa buscar ervas e alguns remédios para salvar a Manuela, já que não tinham carros, e a cidade ficava muito distante. Mirela com mãos de fada salvou Manuela, que por sua vez aprendeu a ser grata e mudou alguns conceitos, livrando-se, do peso do ferro da maldade. Daquele momento em diante tornou-se amiga de Mirela, ajudando-a a plantar ervas, verduras e legumes na horta. Aprendeu a fazer o bem, envelheceram juntas, e foram felizes até a morte. Na verdade Manuela não sabia o que era amar, e vivia na defensiva. Aprendeu que amar e fazer o bem podia mudar toda trajetória da vida, e ser bem mais feliz e viver em paz.
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BVIW: A hora de guardar o ferro
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