A INVEJA DA ROSA (BVIW)

 
 
Betina entrou na cozinha com cara de arte. Buscou no armário algo que servisse para o seu propósito. Saiu carregando dois vidrinhos. A mãe apenas observou sem nada perguntar. Conhecia bem a criança, vivia em suas incursões pela casa à busca de uma aventura. Voltou para fora com sorriso nos lábios, e pressas nos pés. Cecília a esperava com igual expectativa. As duas correram para o fundo do quintal onde havia plantas e flores. Iriam caçar joaninhas! Cismaram de fazer uma coleção delas. - Olha! Uma vermelha com bolinhas pretas! Uma preta com bolinhas brancas! Meia hora depois, e nada da Cici encontrar uma para a coleção, enquanto Betina contava mais de cinco. Cecília gritou para a amiga: - Deste lado do jardim quase não tem bichinhos... Disse quase chorando. -Tem sim, procura direito! De repente, Cici dá um gritinho de alegria! Havia encontrado uma, e correu até a amiga para mostrar. Quando Bê viu que era uma joaninha rosa com bolinhas pretas, ficou com inveja. Quis tomar o frasco da amiga alegando ser a casa dela. E puxou os longos cabelos da Cici, que começou a gritar. Dona Belize foi em direção a elas. Era um tal de “ai-ai, me deixa, me dá, é meu quintal, para, é minha, eu que achei”. Uma confusão! A mãe de Bê bronqueou com as duas, mas logo defendeu Cici. Pediu-lhes que devolvessem os bichinhos à natureza, pois não eram brinquedos, e fariam falta no combate aos pulgões das plantas. Mais tarde, Dona Belize conversou com a filha, orientando sobre o descontrole, inveja, ciúmes, egoísmo. Esses sentimentos, se não trabalhados, enraízam danificando o caráter da pessoa. Uma criança sem limites gera adulto imaturo. Envergonhada e arrependida, Betina ouvia as orientações da mãe, depois cochichou algo em seu ouvido. No dia seguinte, na hora do intervalo da aula, chamou Cici, e entregou-lhe um presente. O pedido de desculpas foi em forma de um copo decorado com lindas joaninhas cor-de-rosa. A amizade seguiu sólida.