O pássaro
Foi voando para o Infinito, buscando um mundo mais bonito, para esquecer a sua dor. Tanta tristeza testemunhada nesta Terra, onde a maldade é quem impera nessa vastidão. Em tanta chuva, tanta tempestade, raios trazem luz para iluminar aquela escuridão que atentava o seu caminho, mas era o seu destino prosseguir.
Ao encontro esperado, sentiu-se, enfim, amado, pela primeira vez em sua vida. Preenchido de um amor, carente que era, transbordante de alegria, era sua missão levar aos outros o amor também. Ele, que já experimentara na alma a maior sensação, desceu à sua morada, fez do céu escorrer lágrimas da paixão.
Abrindo-se o céu, tantas lágrimas, que foram derramadas, refletiram a luz para a atmosfera. Já não olhavam com desdém, era verdade o acontecido, muitos chorando, de arrependimento, alguns, de êxtase, outros. Jamais caiu no esquecimento o acontecido, o ascendido chegou à velhice, lembrava do passado no balanço de sua cadeira. Não podia mais voar, suas asas não aguentavam, nem sequer andava depressa.
Chorou a águia, pombas, sabiás, cheias de saudades daquele lindo pássaro que, antigamente, avoava pelo céu, eliminando a maldade e levando a paz. Choraram também os seus irmão - os que não tinham asas -, pois ele partiu de volta para o céu, deu-se fim uma saudade e iniciou-se uma outra.