O SORRISO DE MARISA

   Lá estava ela, no colégio, numa carteira no cantinho da sala, esbanjava um sorriso que só nela se via sensibilidade. Seu nome: Marisa.

   Em casa era o xodó da família, principalmente do papai e da mamãe. Não tinha quem não gostasse dessa menina de apenas dezesseis aninhos. Seu sorriso encantava a todos.

   A sua turminha de boas amizades adorava ela, os bailes sem Marisa não tinham graça, tristeza não existia porque ela não permitia com seu sorriso contagiante.

   Marisa foi estudar no sul do país, quase que papai não deixava e nem a mamãe, mas como era para o seu sucesso profissional, deixaram, morrendo de pena (e de saudades).

   Era um curso importante na área de tecnologia digital avançada, a gosto da menina que gostava de sorrir. Fotos mandava a toda hora e sempre sorridente.

   Cinco anos se passaram rapidamente e a menina voltou como uma moça formosa e elegante. E muito sorridente. Alegria geral para os pais e demais familiares. E para os amigos também, é claro!

   Começou a trabalhar, ganhou um bom e bem pago emprego.  Mereceu. Seu sorriso encantava a todos sem distinção. Mas um dia a moça sorridente conheceu Perácio e por ele se apaixonou. Em pouco tempo estava ela vestida de noiva no altar, sempre sorridente.

   Marisa nunca perdeu o seu brilho e a sua alegria, o seu sorriso era a sua marca registrada. Com quase um ano de casada nasceu William, porém no parto teve problemas e Papai do Céu a chamou para junto de Si. O pequeno sobreviveu com saúde.

   A tristeza invadiu corações os mais diversos. Familiiares e amigos no féretro, lágrimas de desespero em todos os olhos. Mas o sorriso de Marisa não morreu, ele estava ali estampado dentro do caixão.

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 03/08/2020
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