Autoria das fotos: nós mesmo kkk

Concurso de linguagens culturais realizado 
pela Secretaria da Cultura de São José dos Pinhais - Pr.
Tema: Aeroporto Afonso Pena (aeroporto de Curitiba).
Tivemos a pura sorte em ficar em terceiro lugar
na categoria contos. 



               AEROPORTO AFONSO PENA    
 
 
               O pequeno Benjamim ama quando tem aulas de história. Levanta cedo, apesar de estudar no período da tarde. O dever de casa faz logo que chega. Judite desde que foi professora do menino sempre falou muito bem deste. Tornou-se referência em toda a escola. Por inveja talvez, os colegas fazem complô contra ele e o chamam de “O Sarna”. Diz a mestra muito amada por esse aluno que se houvesse 30% de alunos iguais a ele, ali se tornaria o melhor colégio do Brasil.
A professora Ju pediu para a sua classe que fizessem uma pesquisa sobre o Aeroporto da cidade, ou seja, Afonso Pena. E como não era de se surpreender, Benjamim se prontificou. Pediu um prazo um pouco maior. Falou para a mestra:
     
 
               - Prof. Meu vovô, na verdade avô da minha mãe é historiador e adora contar histórias. 
 
                    - Se é avô da sua mãe, então é seu bisavô.                      – Interrompeu a professora. 
               - Sim prof. Todo mundo chamam de vô. Mesmo os que não são nem parentes.
                 - Entendi filho. Prossiga.
               - Como eu estava falando, o vô Antônio sabe como ninguém a história da nossa cidade. Ele sempre conta sobre o nosso aeroporto. Eu vou passar o sábado e domingo na casa dele e saber mais. Com certeza vai me ajudar nesse trabalho. Eu presto atenção no que ele fala. Com ele sempre aprendo. Eu, quando ele senta naquela cadeira do lado da parede e fica com aquela bengala, quando quer levantar sempre precisa de ajuda de alguém.
               - Que bom Benjamim. Sempre soube que você é um menino muito inteligente. Tem futuro, hein. – Disse Judite.
             
               Benjamim pediu para ele e a mãe irem juntos na casa do Vô Antônio no sábado. Chegou o dia e lá se foram para o Sítio em Rio Bonito.

Chegando lá Benjamim todo curioso e com pressa falou ao bisa:
               - “Bença” vovô Antônio
        - Deus te abençoe. Como está meu futuro historiador (tosse)
               - Estou bem vô. E o senhor?
             - Melhor agora que vocês chegaram. Amo minha família (uma lágrima caiu dos olhos do idoso).
Nisso chegou Débora mãe do menino.
                - Ei pessoal. Vamos tomar chimarrão, almoçar e depois do almoço vocês conversam. Deixe por enquanto o vô. Ele fica emocionado e isso não é bom pra ele. Almoçamos e aí sim. Enche o vozinho de perguntas.
              Débora saiu e foi lidar na cozinha. O guri foi com o tio ver as ovelhas.
Na mesa para almoçar Benjamim fez uma oração agradecendo pela comida e por cada um que ali se encontrava.
           Fizeram a sesta. Professor Antônio se levantou disposto. Chamou o bisneto:
           - Filhinho, vem cá. O que você queria ouvir hoje do vovô?
            - Vô. Eu tenho que fazer um trabalho a pedido da professora Judite. É sobre o Aeroporto Afonso Pena. Eu sei que o senhor sabe muita coisa sobre isso. Aquilo que falar, eu vou anotando.
              A mãe do Benjamim trouxe uma prancheta com algumas folhas de papel pautadas e uma caneta e lhe entregou. Seu Antônio começou a falar:
              - No local onde hoje é o aeroporto, antigamente era uma colônia. Colônia Afonso Pena.
         - Vô, por que tem esse nome? – Interrompeu Benjamim.
          - Esse nome foi uma homenagem a um presidente do Brasil no início do século XX. Já estudou alguma coisa sobre a segunda grande guerra? Então. Os americanos que eram aliados do Brasil construíram aqui o que eles denominaram campo de aviação. Eles em parceria com o Ministério da Guerra do Brasil. O objetivo era que os aviões dos aliados levantassem para defender o Atlântico Sul. Depois ficou na responsabilidade do órgão governamental chamado Infraero. E ainda é até hoje.
              - Que legal vovô Antônio. Acho que pouca gente sabe disso.
                - Verdade filho. Pouca gente sabe e você está incluído nesse pouco (risos).
                - Nossa! A professora Judite vai me dar nota 10 desta vez. Vou caprichar.
              - Vamos continuar nossa conversa. – Disse o professor idoso.
           - Vovô. Estou anotando algumas coisas que o senhor está falando. Muito interessante. Vou ser historiador como o senhor.
            - As pesquisas antigamente eram muito sofridas. Quantas vezes eu fiquei sem comer, dormia até debaixo de árvores, mas amava fazer isso. Assim é um pouco da história do nosso lindo aeroporto. Foi uma bênção não somente para a nossa cidade de São José dos Pinhais, mas também para Curitiba e região. Com a construção do aeroporto abriram-se muitas frentes de trabalhos. A verdade é que está alimentando centenas de famílias. Espero que tenha ajudado e que a professora goste.
             - Obrigado vovô. Obrigado mesmo. Fiquei feliz em aprender tudo isso.
            Benjamim agradeceu e deu um beijo no vô Antônio. Pousaram no sítio, no domingo depois do almoço voltaram para a casa. O menino escreveu tudo o que precisava e na segunda levou para a professora. Além de aceitar, gostou muito do que fez. O guri se ternou uma referência na escola. A pedido da diretora foi em cada sala acompanhado da professora Judite e explanava a história do Aeroporto Afonso Pena.
 
(Christiano Nunes)