Traição
Em pé, num metrô lotado, um braço levantado segurando na barra metálica, outro completamente caído ao lado do seu corpo segurando sem vontade um buquê de rosas vermelhas virado pra baixo, uma mulher, de cabeça baixa, chorava em silêncio, lágrimas escorrendo lentamente pelo rosto.
Não dá pra negar que a imagem descrita é um clichê: a sofredora solitária chorando em silêncio no meio da multidão, com um buquê amassado nas mãos. E o narrador nem precisaria ser onisciente pra saber que mulher está escutando “Não existe amor em SP”, do Criolo, seguida por “Creep”, do Radiohead e “Retrato em branco e preto”, de Tom e Chico, porque o volume está no máximo e o som vaza dos fones de ouvido. (Na realidade, narradores escutam e veem o que querem.) Dando continuidade ao clichê, se fosse um filme, a trilha sonora da cena seria esta e talvez, depois de um corte, apareceria a mulher jogando o buquê no lixo e continuando a andar, cabeça e ombros baixos (ela estaria sendo filmada por trás e a multidão, apressada, passaria por ela sem notá-la).
Não tenho aversão a clichês e acho uma grande sacanagem esse preconceito todo contra eles, que muitas vezes parecem se aproximar da verdade ou, pelo menos, da verossimilhança, mesmo sem exigir grandes reflexões (e quem disse que a verdade tem que ser complexa?). É claro que às vezes é bom evitá-los, porque enche o saco, torna previsível demais, mas também não adianta fugir dos clichês só por fugir, só pra parecer original, diferente, criativo, culto. Às vezes a fuga fracassa e o que se vê é como um reflexo do clichê no espelho, ou mesmo um clichê ridiculamente disfarçado de óculos, nariz e bigodes falsos.
Também é bom levar em consideração a dúvida sobre as imitações e repetições: os clichês imitam a vida ou vice-versa? Podem falar o que quiserem, mas a cena da pessoa triste e solitária na multidão, com trilha sonora depressiva, tem seu valor; e digo mais: tem muita gente na vida real que não sabe sofrer de outro jeito. Depois de ir chorando no metrô (ou num ônibus, se for uma cidade menor) e jogar o buquê no lixo, pode rolar a cena do choro compulsivo de frente pro espelho e depois a do pântano do sofá, no qual a personagem se afunda numa sala escura e suja, sofrendo entre garrafas e lixo, diante de uma TV eternamente ligada.
Mas essas são apenas divagações sobre um possível futuro da personagem, a mulher que chora no metrô. O que importa é voltar no tempo e revelar o motivo da sua tristeza. Nuns flashbacks, podemos mostrar primeiro um passado mais distante, cenas de um casal feliz e apaixonado vivendo seus melhores momentos (tudo na onda dos clichês, por que não?): abraços e beijos apaixonados numa praia, andando na beira do mar, rolando na areia; casal de mãos dadas num belíssimo pôr do sol; os dois cozinhando juntos, sorrindo e bebendo vinho; o casal transando, cheio de tesão e prazer; o homem dando à mulher o anel de noivado num jantar à luz de velas...
Depois, podemos passar às cenas de declínio da relação que, na mesma linha da falta de originalidade, mostram discussões sem sentido e intermináveis; saídas abruptas com batidas de porta; tristeza, raiva e solidão a dois; cada um num canto da cama de casal; a mulher que finge dormir pra não transar; refeições do casal em completo silêncio etc.
Essa sequência de cenas, de clichês, como uma forma de suprimir a monotonia, as longas horas vazias, e resumir o que se tem pra contar, oferecer uma versão de vida concentrada, como se houvesse sempre intensidade e acontecimentos extraordinários, negando certas características da realidade e, da mesma forma, negando a própria vida em toda a sua amplitude, que possui também o ordinário, a rotina, a repetição automática, a falta de variação e surpresas.
Os clichês no cinema, que tanto se reproduzem (e por isso são o que são), talvez escondam na sua origem essa estratégia de tentar destacar ações intensas, que tem por trás toda uma sequência enfadonha que se alonga no tempo e parece não caber na maioria das obras de ficção; no entanto, a própria repetição dessas mesmas cenas - com pequenas variações - se torna a rotina da qual muitos narradores tentam fugir.
Tudo indica que esse ritual dos clichês acaba entrando nas vidas das pessoas, que muitas vezes agem imitando (automaticamente?) personagens nas horas de sofrimento ou alegria, e só vivem com alguma originalidade as horas monótonas, porque essas raramente têm espaço na ficção. Mas sempre fica a dúvida de quem imita quem...
Retornando à narrativa, à mulher que chora no metrô, é hora de explicar a razão de suas lágrimas e contar a história daquelas flores mortas carregadas sem vontade. Aí entra o último diálogo do casal:
- Isso foi muita sacanagem sua! Como você faz uma coisa dessas comigo?! Me diz! Como você pode fazer isso? Mas é muita sacanagem! - disse o homem.
- Mas eu não fiz nada! Eu não tenho ideia do que seja isso! Não fiz nada! Você tem que acreditar em mim! - respondeu a mulher.
- Como não fez nada? Isso é nada? E se fosse o inverso? O que você faria? É muita cara de pau mesmo! Como você tem coragem de dizer que isso não é nada? Flores, um buquê enorme de flores; um cartão com o seu nome, um cartão escrito para você! E não parou aí: ainda descreve o que você eu seu amante fizeram! E justamente num fim de semana que o otário aqui estava viajando… Puta que o pariu! É muita sacanagem!
- Eu não fiz nada! Isso só pode ser invenção! Alguém que quer nos separar, que quer ver a gente brigando, que quer criar desconfiança entre nós. Eu juro que não faço ideia do que seja isso! Eu sou fiel a você, ao nosso relacionamento, nem passa pela minha cabeça sair com outra pessoa. No fim de semana que você estava viajando eu não fiz nada demais. A gente se falou por mensagens, por telefone, eu fiquei na minha, vendo filmes, lendo, encontrei minha mãe, nada demais...
- Não tem como você negar! Isso é loucura! Você tá saindo com outro cara, mas não tem coragem de admitir e por algum motivo quer continuar comigo, sei lá por quê! Flores e um cartão cheio de detalhes de um encontro! E logo na data que eu não estava aqui! Muita coincidência, né? E o que você faria se eu não tivesse vindo te buscar no trabalho hoje, hein? Porque seu amante mandou as flores pro seu consultório e não pra sua casa! Você iria continuar me enganando, me traindo, se eu não tivesse vindo até aqui e descoberto sem querer o seu caso!
- Eu juro que não sei o que é isso! Não faço ideia de quem mandou essas flores com esse cartão! Só pode ser um louco, uma pessoa com a pior das intenções...
- Sem chance! Te peguei em flagrante e não vou fazer papel de idiota, de otário! Tá mais do que na cara a traição. Acabou! Acabou! Cada um que siga o seu caminho. O seu agora tá livre! E o meu também! Perdi meu tempo com você...
- Não acredito que isso tá acontecendo! Isso é um pesadelo! A gente se gosta, tá tudo bem, eu nunca saí com outra pessoa, nunca te traí!
- O que eu peguei aqui não tem outra explicação! Flores com um cartão!
- Você tem que acreditar em mim! A gente já tá um tempo juntos, nunca tivemos problemas com isso, com qualquer coisa assim...
- Teve aquela vez que você sumiu, disso você não fala...
- Eu não sumi. Você sabe disso, eu não sumi, não foi nada demais. Simplesmente, a bateria do meu celular acabou e eu passei algum tempo incomunicável. Isso pode acontecer com qualquer um. E você sabia onde e com quem eu estava. Não foi nada demais...
- Isso é o que você diz, falar é fácil. Você ficou incomunicável e depois veio com essa história e eu acreditei, confiei, mas agora já não acredito em nada. Devo ter feito papel de palhaço várias vezes e nem sei... Muita sacanagem! Completamente desnecessário! Bastava você terminar comigo! Não dá pra entender um negócio desses!
- Você tem que acreditar em mim! Nunca fiz nada!
- Não dá pra entender! O que aconteceu? Você queria ter um casinho, mas o romance fugiu do controle? É isso? Queria ir me levando, quem sabe casar comigo e ficar assim, de sacanagem? Ou você se apaixonou por aí e não soube o que fazer?!
- Não foi nada disso! Isso simplesmente não aconteceu! Me dá esse cartão mais uma vez, quero reler isso! Isso é invenção, pura invenção...
- Pode ficar com o seu cartão e com suas flores! Pode ler e reler quantas vezes quiser! Acabou! Acabou!
E depois de dizer isso, o homem vira as costas e vai embora; a mulher vai pra casa, carregando automaticamente o buquê. E aí vem o último flashback, no qual refazemos o caminho do buquê até a mulher.
Inicialmente, vemos a mulher surpreendida com o buquê nas mãos. Corta. Um rapaz entrega as flores a ela. Corta. Rapaz de bicicleta levando as flores pelas ruas da cidade. Corta. Rapaz saindo de uma loja de flores com um buquê de rosas vermelhas nas mãos. Corta. Um rapaz bem jovem está no balcão da loja de flores, tratando do envio do buquê. Corta. Este mesmo rapaz aparece andando pela cidade. Corta. O rapaz que fez a encomenda das flores está conversando com um homem, o que vemos à distância. Corta. Agora vemos, um pouco mais próximos, os dois conversando, e o homem mais velho, que só vemos de costas, meio na diagonal, parece entregar alguma coisa ao rapaz. Corta. Vamos nos aproximando pouco a pouco e já não vemos o homem de costas, mas de lado; em seguida, ainda mais perto, reconhecemos o homem que mandou as flores e o cartão malditos à mulher: é o seu próprio namorado.
Não dá pra negar que a imagem descrita é um clichê: a sofredora solitária chorando em silêncio no meio da multidão, com um buquê amassado nas mãos. E o narrador nem precisaria ser onisciente pra saber que mulher está escutando “Não existe amor em SP”, do Criolo, seguida por “Creep”, do Radiohead e “Retrato em branco e preto”, de Tom e Chico, porque o volume está no máximo e o som vaza dos fones de ouvido. (Na realidade, narradores escutam e veem o que querem.) Dando continuidade ao clichê, se fosse um filme, a trilha sonora da cena seria esta e talvez, depois de um corte, apareceria a mulher jogando o buquê no lixo e continuando a andar, cabeça e ombros baixos (ela estaria sendo filmada por trás e a multidão, apressada, passaria por ela sem notá-la).
Não tenho aversão a clichês e acho uma grande sacanagem esse preconceito todo contra eles, que muitas vezes parecem se aproximar da verdade ou, pelo menos, da verossimilhança, mesmo sem exigir grandes reflexões (e quem disse que a verdade tem que ser complexa?). É claro que às vezes é bom evitá-los, porque enche o saco, torna previsível demais, mas também não adianta fugir dos clichês só por fugir, só pra parecer original, diferente, criativo, culto. Às vezes a fuga fracassa e o que se vê é como um reflexo do clichê no espelho, ou mesmo um clichê ridiculamente disfarçado de óculos, nariz e bigodes falsos.
Também é bom levar em consideração a dúvida sobre as imitações e repetições: os clichês imitam a vida ou vice-versa? Podem falar o que quiserem, mas a cena da pessoa triste e solitária na multidão, com trilha sonora depressiva, tem seu valor; e digo mais: tem muita gente na vida real que não sabe sofrer de outro jeito. Depois de ir chorando no metrô (ou num ônibus, se for uma cidade menor) e jogar o buquê no lixo, pode rolar a cena do choro compulsivo de frente pro espelho e depois a do pântano do sofá, no qual a personagem se afunda numa sala escura e suja, sofrendo entre garrafas e lixo, diante de uma TV eternamente ligada.
Mas essas são apenas divagações sobre um possível futuro da personagem, a mulher que chora no metrô. O que importa é voltar no tempo e revelar o motivo da sua tristeza. Nuns flashbacks, podemos mostrar primeiro um passado mais distante, cenas de um casal feliz e apaixonado vivendo seus melhores momentos (tudo na onda dos clichês, por que não?): abraços e beijos apaixonados numa praia, andando na beira do mar, rolando na areia; casal de mãos dadas num belíssimo pôr do sol; os dois cozinhando juntos, sorrindo e bebendo vinho; o casal transando, cheio de tesão e prazer; o homem dando à mulher o anel de noivado num jantar à luz de velas...
Depois, podemos passar às cenas de declínio da relação que, na mesma linha da falta de originalidade, mostram discussões sem sentido e intermináveis; saídas abruptas com batidas de porta; tristeza, raiva e solidão a dois; cada um num canto da cama de casal; a mulher que finge dormir pra não transar; refeições do casal em completo silêncio etc.
Essa sequência de cenas, de clichês, como uma forma de suprimir a monotonia, as longas horas vazias, e resumir o que se tem pra contar, oferecer uma versão de vida concentrada, como se houvesse sempre intensidade e acontecimentos extraordinários, negando certas características da realidade e, da mesma forma, negando a própria vida em toda a sua amplitude, que possui também o ordinário, a rotina, a repetição automática, a falta de variação e surpresas.
Os clichês no cinema, que tanto se reproduzem (e por isso são o que são), talvez escondam na sua origem essa estratégia de tentar destacar ações intensas, que tem por trás toda uma sequência enfadonha que se alonga no tempo e parece não caber na maioria das obras de ficção; no entanto, a própria repetição dessas mesmas cenas - com pequenas variações - se torna a rotina da qual muitos narradores tentam fugir.
Tudo indica que esse ritual dos clichês acaba entrando nas vidas das pessoas, que muitas vezes agem imitando (automaticamente?) personagens nas horas de sofrimento ou alegria, e só vivem com alguma originalidade as horas monótonas, porque essas raramente têm espaço na ficção. Mas sempre fica a dúvida de quem imita quem...
Retornando à narrativa, à mulher que chora no metrô, é hora de explicar a razão de suas lágrimas e contar a história daquelas flores mortas carregadas sem vontade. Aí entra o último diálogo do casal:
- Isso foi muita sacanagem sua! Como você faz uma coisa dessas comigo?! Me diz! Como você pode fazer isso? Mas é muita sacanagem! - disse o homem.
- Mas eu não fiz nada! Eu não tenho ideia do que seja isso! Não fiz nada! Você tem que acreditar em mim! - respondeu a mulher.
- Como não fez nada? Isso é nada? E se fosse o inverso? O que você faria? É muita cara de pau mesmo! Como você tem coragem de dizer que isso não é nada? Flores, um buquê enorme de flores; um cartão com o seu nome, um cartão escrito para você! E não parou aí: ainda descreve o que você eu seu amante fizeram! E justamente num fim de semana que o otário aqui estava viajando… Puta que o pariu! É muita sacanagem!
- Eu não fiz nada! Isso só pode ser invenção! Alguém que quer nos separar, que quer ver a gente brigando, que quer criar desconfiança entre nós. Eu juro que não faço ideia do que seja isso! Eu sou fiel a você, ao nosso relacionamento, nem passa pela minha cabeça sair com outra pessoa. No fim de semana que você estava viajando eu não fiz nada demais. A gente se falou por mensagens, por telefone, eu fiquei na minha, vendo filmes, lendo, encontrei minha mãe, nada demais...
- Não tem como você negar! Isso é loucura! Você tá saindo com outro cara, mas não tem coragem de admitir e por algum motivo quer continuar comigo, sei lá por quê! Flores e um cartão cheio de detalhes de um encontro! E logo na data que eu não estava aqui! Muita coincidência, né? E o que você faria se eu não tivesse vindo te buscar no trabalho hoje, hein? Porque seu amante mandou as flores pro seu consultório e não pra sua casa! Você iria continuar me enganando, me traindo, se eu não tivesse vindo até aqui e descoberto sem querer o seu caso!
- Eu juro que não sei o que é isso! Não faço ideia de quem mandou essas flores com esse cartão! Só pode ser um louco, uma pessoa com a pior das intenções...
- Sem chance! Te peguei em flagrante e não vou fazer papel de idiota, de otário! Tá mais do que na cara a traição. Acabou! Acabou! Cada um que siga o seu caminho. O seu agora tá livre! E o meu também! Perdi meu tempo com você...
- Não acredito que isso tá acontecendo! Isso é um pesadelo! A gente se gosta, tá tudo bem, eu nunca saí com outra pessoa, nunca te traí!
- O que eu peguei aqui não tem outra explicação! Flores com um cartão!
- Você tem que acreditar em mim! A gente já tá um tempo juntos, nunca tivemos problemas com isso, com qualquer coisa assim...
- Teve aquela vez que você sumiu, disso você não fala...
- Eu não sumi. Você sabe disso, eu não sumi, não foi nada demais. Simplesmente, a bateria do meu celular acabou e eu passei algum tempo incomunicável. Isso pode acontecer com qualquer um. E você sabia onde e com quem eu estava. Não foi nada demais...
- Isso é o que você diz, falar é fácil. Você ficou incomunicável e depois veio com essa história e eu acreditei, confiei, mas agora já não acredito em nada. Devo ter feito papel de palhaço várias vezes e nem sei... Muita sacanagem! Completamente desnecessário! Bastava você terminar comigo! Não dá pra entender um negócio desses!
- Você tem que acreditar em mim! Nunca fiz nada!
- Não dá pra entender! O que aconteceu? Você queria ter um casinho, mas o romance fugiu do controle? É isso? Queria ir me levando, quem sabe casar comigo e ficar assim, de sacanagem? Ou você se apaixonou por aí e não soube o que fazer?!
- Não foi nada disso! Isso simplesmente não aconteceu! Me dá esse cartão mais uma vez, quero reler isso! Isso é invenção, pura invenção...
- Pode ficar com o seu cartão e com suas flores! Pode ler e reler quantas vezes quiser! Acabou! Acabou!
E depois de dizer isso, o homem vira as costas e vai embora; a mulher vai pra casa, carregando automaticamente o buquê. E aí vem o último flashback, no qual refazemos o caminho do buquê até a mulher.
Inicialmente, vemos a mulher surpreendida com o buquê nas mãos. Corta. Um rapaz entrega as flores a ela. Corta. Rapaz de bicicleta levando as flores pelas ruas da cidade. Corta. Rapaz saindo de uma loja de flores com um buquê de rosas vermelhas nas mãos. Corta. Um rapaz bem jovem está no balcão da loja de flores, tratando do envio do buquê. Corta. Este mesmo rapaz aparece andando pela cidade. Corta. O rapaz que fez a encomenda das flores está conversando com um homem, o que vemos à distância. Corta. Agora vemos, um pouco mais próximos, os dois conversando, e o homem mais velho, que só vemos de costas, meio na diagonal, parece entregar alguma coisa ao rapaz. Corta. Vamos nos aproximando pouco a pouco e já não vemos o homem de costas, mas de lado; em seguida, ainda mais perto, reconhecemos o homem que mandou as flores e o cartão malditos à mulher: é o seu próprio namorado.