(comadre) -Noite sombria essa de ontem, quando batia a hora maior, escutei um gemido, cachorrada latiu, vos misse não ouviu não Zefa? Sua casa é coladinha com minha.

(Zefa) - escutei não, deve ser o menino pretinho que voltou, demorou mais tá aí de novo, to rezando todos os dias pra ele sumir daqui.

(Comadre) - não adianta não comadre, a gente reza que reza e ele tá sempre por aí, ele vem lá da velha paineira, morro de medo disso sô.

(Zefa) -  mas tu não diga pra ninguém, vou te contar, o menino Saci mora lá no tronco da paineira, dentro daquele oco que tem no tronco.

- Cruis credo cumadi, morro de medo disso, fala isso não muié, inda mais, meu marido nunca tá em casa pra enfrentar a coisa de vez.

- inda bem, vivo sozinha, não tenho marido pra me defender, mió assim, esses porqueira de homi só serve pra aborrecer a vida de nóis muié.

- pois é cumadi, esse meu cabra tá meio estranho comigo, parece que não quer mais nada comigo, um dia desses vou conferir isso direito.

Nessa noite o saci piou de novo e cadê o marido da cumadi, foi pra casa da cumadi e veja quem tava lá na casa de Zefa, era o marido da comadre .. aí fechou o tempo.

- muito bem cumadi, você aí com meu marido nessa safadeza, agora tu vai leva pau na cabeça sua biscate.

- que é isso muié, tava com medo e vim aqui me esconder do Saci, só isso, não é isso que você tá pensando não muié.

- vai já pra casa seu safado, que lá nóis vai se havê... pera aí e que roupa é essa aqui seu cabra, gorro vermelho, calça calção? Todo mundo pensando que era Saci e  você que assustava disfarçado em Saci, você vai te que levar peia cabra safado. E você cumadi depois a gente vai ter uma prosinha para você nunca mais roubar marido das outras...
(linguajar de povo simples) 17/8/19
Antonio Portilho antherport
Enviado por Antonio Portilho antherport em 17/08/2019
Reeditado em 17/08/2019
Código do texto: T6722108
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