Existem crianças encantadas, idosos mágicos, enfim, pessoas de todo tipo mágicas e misteriosas. Marcus era uma dessas crianças, encantadoras que tanto agremiava a atenção das enfermeiras, médicos de todo o hospital. Tinha câncer linfático e oito anos. E em razão disso, fazia quimioterapia. O que lhe deixa com uma aparência frágil além de certa calvíce. Mas, seu sorriso estava lá, reluzindo uma alegria inexplicável. Tinha tanta vontade de viver, e brincava com seus bonecos que eram soldados... num exército imaginário que lutava
contra a doença e a solidão que vivia no hospital. No início, os pais frequentavam o hospital, iam as visitas e acessoravam a criança. Mas, com o passar do tempo as visitas se tornaram raras. E, os pais quase não o visitavam. Eu fui visitar um aluno. E, então, uma enfermeira me perguntou se eu poderia estender a visita a mais uma criança. Prontamente, concordei... e fiquei impressionada em ver uma criatura tão frágil e tão alegre. Travando uma luta incansável e, mesmo assim, portando um belo sorriso. Fiquei com vergonha de meus sentimentos e tristezas tão frugais e inúteis. Brinquei com ele, entrevistei seus soldados. E, depois, perguntei-lhe: - e quando a guerra acabar, o que será dos soldados?... Aí, marotamente ele me respondeu, todos ficarão amigos. Amigos para sempre.