Carla
Ao chegar em casa,Carla encontra o seu aconchego,o seu casulo,a sua casca.Deita-se no sofá e espera o tempo passar de forma lenta,como uma tartaruga,com um olhar fixo para o teto.O som da sua respiração era ofegante,o seu coração batia desenfreadamente,era como se ela estivesse acabado de fugir de algo perigoso.
Seria um ladrão,um animal selvagem?
Ela ainda não sabe,ela apenas correu e se escondeu em casa.Tentava diminuir a respiração e não conseguia,já estava começando a se sentir sufocada,abre a janela e tenta se acalmar,mas a sua mente não consegue lidar com aquela explosão de sensações,ela corre e vai tomar um banho.
A água cai em seu corpo,é como se ela cortasse a sua pele,Carla senta no box do banheiro e chora,mas ela não sabe o por quê de tudo isso.Uma chuva começa a molhar a sua sala que estava com a janela aberta,mas ela não liga,apenas o seu banheiro e o conforto do seu chuveiro ligado tinham sua devida importância.
Era sempre assim,a cada ida na padaria,no banco,no parque,era sempre assim,algo confuso e tenebroso.Um dia,como um pássaro,Carla decide se libertar de sua gaiola,saltou do 8° andar e rumou ao céu onde a sua alma poderia descansar.