Pesadelo
Passos... Passos ouvi.
E a noite oca o silêncio mudou.
Já não estava mais só,
Existia alguém.
Alguém ou algo estava lá fora, com passos estranhos.
Minhas inspirações falharam.
Descontrolei-me.
Alguém ou algo estava lá fora,
Com passos lentos
Os quais me irritaram...
Os versos de amor que escrevia
Saíram do controle, então os abandonei.
A noite que a pouco era vaga, deixara de ser
A solidão que sempre me traz os versos, se fora.
Então postei-me a ouvir
Passos suspeitos que rondavam lá fora.
Alguém está a observar a mim
Ou a casa,
Ou quem sabe,
Algum objeto da casa.
Não tive coragem de verificar
Ali mesmo postado fiquei.
Tornara-se tudo estranho:
Senti frio,
Calor,
Senti medo,
Chorei?!...
A máquina de escrever me assustava,
O papel com poucas linhas escritas, me era estranho.
A noite era estranha,
A mesa,
A casa,
O quarto,
Tudo...
Até eu tornei-me estranho.
Cai algo sobre mim, tudo escurece.
Amanheço com uma tremenda dor de cabeça,
Dores às costas e ressaca de uma noite mal dormida.
Marcas do teclado nos braços
Que estavam caídos sobre a máquina,
Um papel com algumas linhas escritas no cilindro.
Tive um pesadelo!...