DIA DO AMIGO

Hoje em dia a amizade é mais globalizada, meio que todo mundo tem um terceiro braço e conversam via whatsapp o tempo todo, seja para assuntos importantes, matar a saudade, ver memes ou pornografia.

Bem é dia 20 de julho de um ano qualquer desses do século XXI que insistem em ser pós-modernos, mas Plutão estava em seu sítio cuidando de porcos, papagaios e sabe-se mais lá o que. O sítio dava tanto trabalho a Plutão que e ele não entendia se sua avó tinha deixado mirra, incenso e ouro ou um cavalo de Tróia, quando o presenteou com um lugar cheio ancestralidade e belezas escondidas entre os morros.

Quando retorna para vida real Plutão houve aquela onomatopeia tocando levemente entre as curvas de seu bolso, era uma mensagem: “Nesse dia do amigo, te mando uma foto do meu beiju de forno (com a goma feita hoje) e o queijo do meu avô, tudo produzido na melhor serra do mundo, e você não pode comer, beijos”.

Plutão sabia que aquela mensagem podia ser traduzida da seguinte forma: Feliz dia do amigo é muito bom vivenciar todas as singelas coisas junto as pessoas que amo e vou mandar uma foto para compartilhar com você.

Júpiter nunca soube se expressar muito, grandalhão que é (cheio de satélites ao seu redor, afinal 79 satélites não é fácil, são muitas gravidades envolvidas, risos), mas Plutão o entende pois ser composto de matéria gasosa é complicado demais em um mundo cercado de solidez.

Plutão retorna a mensagem contanto um pouco de como foi seus dias no sítio, e que sua porca tinha parido porquinhos lindos e fofos e conforme prometido havia batizado a pedido de Júpiter uma de Dafine.

Para Júpiter ter uma porquinha com o nome Dafine era uma ironia pura.

Júpiter: “O céu hoje às 05h45 min estava enevoado de forma esplêndida, as nuvens azul bebê se rasgavam ao meio como um pano velho que você puxa dos dois lados ao mesmo tempo, e no final do rasgo brutal, um tímido sol poente simplesmente lindo. Infelizmente não tinha como registrar.

Por alguns segundos Plutão ficou imaginando esse céu, mas nada parecia chegar nem perto do rasgo olhar dado por Júpiter a tamanho fenômeno da natureza.

Mas uma vez Plutão fala um pouco dos seus dias no sítio e como foi difícil não olhar para as estrelas os dias que passou por lá, mas explicava que existia um motivo para tanto, estava fazendo cercas paras os porquinhos, arrumando a casa velha e catalogando as cartas de amor ridícula que havia dado para sua avó em vida.

Júpiter: “Olha Plutão, todas as cartas de amor são ridículas”.

Plutão mais uma vez ficou imaginando o rasgo do céu, porém sem sucesso, foi quando veio na cabeça uma foto antiga de seu avô, usando uma suga bem anos 80, debilitado pela diabetes, mas trazendo no olhar o brilho do viver a vida intensamente.

Foi quando disse para Júpiter que havia observado as laranjeiras florescerem e as abelhas polinizarem o florescer dos frutos, mas que estava triste pois havia sacrificado dois pés de banana que havia trazido de outra galáxia, mas que não tinha resistido as terras da Via-Láctea.

Júpiter disse: “Interferiu”.

Plutão: “a interferência é necessária às vezes, principalmente quando prejudica outras coisas no espaço.

Júpiter: “Eu entendo. Nesses últimos dias esse é o fruto dos meus temores, as interferências, em tudo. Mas quando o fruto é prejudicial o que fazer?

Plutão: “Às vezes engolir sem mastigar e regurgitar. O fruto é veneno e remédio, só precisamos da digestão e imunidade correta.

Plutão não é nem mais um planeta!

Composto primariamente de rocha e gelo, só queria as luas de júpiter para entender o rasgo do céu. Seria o rasgo uma interferência?

Feliz dia do amigo.

Yana Moura
Enviado por Yana Moura em 23/07/2018
Reeditado em 23/07/2018
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