Modelos # 3
Para bonito eu sei que não servia, muitas mulheres incrivelmente atraídas por mim me diziam isso honestamente, mas mesmo assim eu as devorava. Especialmente lindas modelos, de todos os tipos, as holandesas, as suecas, as heroinômanas, as brasileiras com caras e sobrenomes europeus, as brasileiras com caras de índias. Todas.
Eu adorava saber que tinha esse poder irresistível sobre quase todas as que trabalhavam desfilando ou posando para capas e editoriais de moda. Não raro eu me frustrava quando uma linda mulher me dizia que trabalhava em banco, em casa mesmo, numa loja de roupas, porém eu as traçava do mesmo jeito.
Claro que falando assim parece tão fácil quanto chegar em uma delas, ser adorável e simpático e pular para baixo dos lençóis. Nem teria tanta graça se de fato assim o fosse. Algumas exigiam muito investimento enquanto outras eram bem mais fáceis de se engambelar.
Eu estava de olho em uma coisinha de 21 anos, catarinense ou gaúcha, não sei ao certo e não que isso faça qualquer diferença. Já havia visto ela antes bem de perto em sua festa de 18 anos, desde então tinha colocado seu nome no topo da minha lista de prioridades. Só cheguei perto dela em uma única e rápida oportunidade ao congratulá-la pelo aniversário.
Desde então eu passei a merecer um aceno discreto ou algo do gênero cada vez que a via, o que na verdade eram bem poucas ocorrências, quase sempre à distância e eu sempre bem acompanhado. Já obtive favores sexuais de uma outra que confessara na minha cara que me desprezava, por isso minhas esperanças não se desvaneceriam com uma mulher que me acenava sempre que me encontrava.
Esqueci talvez de mencionar um dos meus trunfos para tantas conquistas, por colecionar belas garotas como se fossem troféus, almejados por muitos e raramente ao alcance do povo.
Eu tinha tempo sobrando bem como um bocado de grana guardada em 3 ou 4 bancos no país e uma conta secreta num paraíso fiscal no Caribe. Não se preocupe, nenhuma delas estava abastecida com dinheiro público. Bem, só uma pequena parte. Por mais difícil que seja para se acreditar até um cara vivaldino como eu tem certos escrúpulos e algum senso de ética.
Esse senso de escrúpulos foi insuficiente para evitar que empregasse uma tática para ter meu objetivo “comprido”, um pequeno trocadilho se me for permitido, já que ela tinha 1,78 e eu era, digamos, menor do que ela vários centímetros.
Uma data qualquer serviria como meu aniversário e eu ia promover um grande rega-bofe para a elite artística, econômica, política em comemoração a data e quis o destino que o dia coincidisse com a sua presença na cidade. Eu a convidaria para minha "festa" e faria dela meu presente de aniversário. E ainda provaria como esse povo adora uma boca-livre.
Quando a confirmação de sua presença chegou, celebrei comigo mesmo essa pequena vitória tendo em mente o resto do percurso a trilhar até suas calcinhas estarem no chão do meu quarto.
Como imaginava ela fez uma entrada triunfal, como bem diriam os tão odiados americanos fashionably late. Envergava um vestido azul rasgado na altura da coxa direita e os cabelos presos num coque no alto da parte de trás da bela cabeça. Calçava sapatos italianos que a faziam maior do que eu vários centímetros.
Ela veio me cumprimentar, peguei sua mão e a beijei e beijei seu rosto também. Me desejou feliz aniversário muito próxima de minha orelha esquerda e depois de um tempo no salão aturando convidados bêbados reclamando do Cristal 99 que era servido (veja só!?), dei um jeito de nos retirarmos para um local mais calmo.
Ela apreciava a vista da cidade quase encostada no vidro da janela do meu quarto, um pouco da menina do interior ainda habitava aquele corpo perfeito, enquanto eu pendurava o meu terno e afrouxava a gravata.
Sem dizer nada me aproximei dela e beijei seu ombro, prevendo o calor de seu pescoço e então me detive especialmente em sua nuca. Sem se virar ela passou a mão pelo meu pescoço e aproximou seus lábios dos meus. O beijo foi bem menos do que eu esperava, mas a situação rapidamente escapava de meu controle, logo quem tomaria conta era a enorme vontade selvagem de possui-la.
Vagarosamente abaixei a alça de seu vestido e logo em seguida a outra e aquela peça foi ao encontro do chão. Nua, contemplei seu corpo sem tocá-la, dando um passo para trás. Ao me aproximar ela puxou minha camisa, abriu minha calça e com suas mãos tirou meu cacete duro para fora e se abaixou. O contato de sua língua na pontinha me arrepiou, percorreu o comprimento dele todo e lambeu minhas bolas.
Fizemos ali, no chão, e mais uma vez no corredor antes de regressarmos à festa e ela gozou em todas. Garanto que foi a melhor foda de minha vida, sem uma possível rival em eras, talvez por conseguir realizar um desejo com o mais belo espécime do sexo oposto.
Aconselhei que entrasse antes de mim e dali conversaríamos mais como meros participantes da celebração. Fizeram um brinde cafona para mim, fingi algum entusiasmo e a festa continuava animada, muitos visivelmente embriagados me desejavam felicidades mais de uma vez.
Logo eu estaria embriagado também e bebendo champanhe do sapato esquerdo de minha mais recente aquisição que não era ela. A partir desse ponto apenas flashes se mantêm em minha memória. Ela foi embora cedo devido a compromissos no dia seguinte e me ligaria no momento que estivesse livre. Antes de ela entrar no táxi, beijei seu rosto e desejei toda a felicidade do mundo.
Acordei com essa estranha em minha cama, pensei tê-la reconhecido de uma capa da Vogue. Empurrei-a com o pé, fazendo-a aterrissar no grosso tapete do chão. Sorte dela.
Bom-dia eu disse e perguntei se ela estava bem. Ela perguntou se tinha dormido no chão e disse que sim. Agora é hora de levantar e me preparar o café. Ela odiou ser tratada como uma empregada e falei que a gente tinha casado na noite anterior e se ela não se lembrava do fato? Ela perguntou qual era a cor do vestido de noiva que usara e eu me cansei da palhaçada e a mandei embora. Ela mal teve tempo de se vestir e eu a toquei porta a fora, prometendo ligar qualquer dia desses.