CORONEL ANTÃO
                                  (Antônio Herrero Portilho)
 
Coronel Antão morreu; Maldito coronel, se fazia de bonzinho.  Os mais humildes o tratava de patrãozinho, não se sabe se é de medo ou bajulação de puxa saco; um infame terrorista que vivia na obscuridade praticando seus crimes descritos em vários códigos penais, aterrorizava até seus próprios familiares, aos diabos com Coronel Antão. Abusava de adolescentes, senhoras até crianças além de agredi-las com total brutalidade. 
Espancava moças, moços, senhores, senhoras, crianças, as leis naquele fim de mundo não existia para Coronel Antão, ele comprava todas as autoridades daquela cidade, mandava e prendia a quem ele bem queria.
Um dia desses houve uma briga com os frequentadores de um barzinho de fim de rua; muitos chutes, pontapés até esfaqueamento, até arma de fogo.
Naquele momento chegava ele montado em seu cavalo, mal apeou se das celas de seu animal foi atingindo por uma bala perdida, o projetil ultrapassou a coluna vertebral, interrompeu o sistema nervoso central; morte instantânea. No ato dos disparos vários homens envolvidos nesta briga estavam com arma em punho, como saber o verdadeiro autor do disparo? Polícia não possuía grandes recursos para desvendar esses crimes e ainda mais, pelo mau persona que se tratava o senhor Antão, ninguém interessava em desvendar os autores deste assassinato.
Este senhor agora que jaz, tinha consigo uma grande impopularidade, somente os seus capangas e seu mais íntimo bajulador o acompanhavam em suas visitas à cidade, agora estes mesmos indivíduos tiveram a paciência de recolher o corpo e leva-lo até o local apropriado para tais cerimônias, primeiramente banharam o corpo com manjericão, forraram o caixão de cravos, lírios, até uma coroa com pesares e frases com letras bem desenhadas estava ali exposta à cabeceira do caixão dizendo frases esboçando saudades de seus entrequeridos.
Coronel Antão era possuidor de grandes fortunas, quilômetro e mais quilômetro de terras, nada possuídas através de esforços de trabalhos, ele era um grileiro de terras, muitos pequenos proprietários morreram, e suas terras foram empoçadas por esse homem endemoniado, assassino de crianças, mulheres, velhos e deficientes.
Cemitério das acácias, num endereço daquela cidade, será sepultado, velado o corpo em uma chácara de sua propriedade, já está preparado esse eventos fúnebres. Formaram se um tumulto nestas imediações, todos queria ver o rosto deste defunto pela última vez, não para saudarem, mas expressar suas indignações, alguns até ameaçava dar golpes de socos no resto deste defunto outrora carrasco e malfeitor.
Uma enorme fila se formou para apenas passarem pelo local da exposição deste corpo e saudá-lo, mas o povo diziam palavras de ódios, mesmo que o morto não ouvia o pessoal dizia:
-Vá pros infernos cão da peste, você acabou com a vida de minha filha, quero que queime no fogo dos diabos. ( disse um senhor revoltado com o mau que ele fez á menina estuprada e assassinada covarde pelo coronel Antão. )
- Você roubou minhas terras, matou minha mãe e meu pai, acabou com minha família, maldito dos diabos ( outo senhor indignado pelo mau já recebido por este morto.)
Assim os populares passavam pelo defunto, pessoas achincalhava o morto e voltavam para suas casas. A verdade é que o local do velório ficou quase vazio, alguns amigos mais íntimos ficariam por ali aguardando o sepultamento, mas algo aconteceu de anormal, o corpo de Coronel Antão desapareceu do caixão, algo misterioso aconteceu neste funeral.
O velório acontecia na chácara de propriedade deste já falecido em um endereço rural deste vilarejo, sobre uma barraca coberta de palhas de coqueiro, ambiente preparado para receber bastante gente, os organizadores deste evento fúnebre estavam na expectativa que poderia superlotar o local, multidões poderia acumular ali, apareceu sim, mas não permaneceram para a sentinela, logo  foram se embora, não restou quase ninguém, tal era a impopularidade do tal defunto Senhor Antão, apenas alguns três ou quatro gatos pingado sonolentos somando com um fotógrafo jornalístico da imprensa local; Era um amigo da família.
Chegando a tantas da noite os poucos que restaram por ali foram se dispersando deixando o corpo sozinho no caixão.
Logo nas primeiras horas desta madrugada, quem estava acordado pode presenciar um grande monstro assemelhando com a figura de um lobo, nas proporções de um grande gorila, chegou neste cenário de velório, aproximou do corpo e o retirou da urna funerária, parece que seu Antão apesar de várias horas de exposição ainda estava mole e com o rosto enrubescido, os três jagunços e o repórter amigo de longa data deste que jaz que faziam sentinela por ali assistiram tudo isso que aconteceu.  O monstro tomou o morto nos braços e chorava enquanto bailava por aquele local em redor de onde estava exposto para velório, parecia uma mamãe chorona embalando seu bebê, como se estivesse salvando de algum sinistro. Ninguém pode dizer que foi mentira, pois o rapaz da imprensa capturou tudo nas lentes de sua câmera e vídeo. No outro dia de manhã as manchetes dos jornais destacava em primeira página:
EXTRA, EXTRA. HOMEM MORTO QUE FEZ PACTO COM O DIABO FOI RESGATADO NA HORA DO FUNERAL. LEIAM ISSO.
14/4/2018*   

Antonio Portilho antherport
Enviado por Antonio Portilho antherport em 14/04/2018
Reeditado em 12/03/2024
Código do texto: T6308078
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