A mariposa

No luar que adentrava pelas arestas dos meus aposentos sonhava com esmerosos palácios com reis e rainhas, príncipes e princesas, cavaleiros e guerreiros em seus cavalos de combate, sonhava... Dava-me conta quando o galo cantava as seis da manhã que mais uma noite se foi, morava em um casébre de pau, era órfão de pai e mãe e maltratado pelo olhar do tio Luís que ao abrir a boca tinha o dom de me por para baixo, eram três meninos e eu não era nada. Cada dia uma tristeza nova, contava as horas para a noite chegar, gostava de sonhar mesmo sabendo que não era ninguém. Mais uma noite se aproximou e no telhado velho que rangia com os ventos uma mariposa me fitava, suas asas marrons me remetia tristeza, eram opacas como a minha vida, toda noite passei a observá-la e a coitada não saía do lugar, parecia que ela passou a me observar... Um dia decidi voltar a sonhar, ela abriu as asas me chamando, por dentro não eram marrons, eram alaranjadas, deu uma volta na vela acesa e saiu pela janela! Como era linda ao abrir as asas!!! Pulei da cama dura e decidi segui-la sem olhar par trás... De longe sentia o casébre cada vez mais distante, a mariposa me levara mata a dentro, esqueci quem eu era vi um castelo com um tapete estendido me dando as boas vindas, guerreiros em seus cavalos me saudavam, entrei e me sentei em um trono dourado, a mariposa posou na coroa de ouro que um amo colocava em minha cabeça, voltei a sonhar...

Felipe Beckmann
Enviado por Felipe Beckmann em 24/12/2017
Reeditado em 24/12/2017
Código do texto: T6206977
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