Perdido a seguir

Sem ter o que escrever vamos andando pelas palavras, um poeta um nada um ninguém sem rumo sem lápis sem alguém, qualquer um que seja que passasse e parasse, uma palavra, um sorriso um perfume um lápis.

Folhas verdes trazem esperança, é triste a esperança dançando na cara do morto, do futuro defunto, daquele que tem o fim da vida nas mãos, nos pés, nos passos, as vezes anda para trás como que vai a frente, como quem vai a algum lugar já definido, como quem defini definha e se redime sem linha, sem verdades, sem lealdade.

Como um duas caras pode ser leal?

Em cima do muro é outra cara

Quantas caras tem agora?

Improvisado no tempo espaço, no relógio quebrado um pedaço, um naco, um nada mergulhado no ponteiro marcando mais de 30 horas, sendo que o dia tem menos e a lua infinita no céu brilha atrás das nuvens escondendo a neblina que pinga e molha e bobo e gripa o sentimento, fica peito carregado tormento, leve pensamento, tão leve que voa da cabeça e deixa o peso do coração errado, o coração doído, mastigado, amassado esvairido, nem sei se existe esta palavra.

Muita gente não sabe do que se trata esse conto

Desconto!

Mais louco que o poeta são suas palavras, são seu andar sem chão, sua sacola sem pão, seus abraços e carícias sem mãos, sua alma sem coração, sua batida sem toque sem ritmo sem canção.

Sem forças, palavras vagas, vou catando e nem sou o personagem que arde sem falas:

_ O que você está dizendo?

_ Falo do silêncio

_ Mas não estou te ouvindo

_ Para falar do silêncio, faço.

Tentaste ouvir o escuro do céu, para saber do chão botaste a mão, onde estão meus pés que me levam a tanto não, onde estou que aqui cheguei andando, jamais saberei lidando, precisei da ausência para sentir sua presença ó ninguém!

_ O que está calando?

_ Meu coração

_ O que ele diz?

_ Nada, calei!

_ O que ele queria dizer?

_ Arranquei sua cabeça, este coração já não tem mais condição de falar seus sentimentos, quer saber se ele está calmo é prestar atenção, se está tocando está de bem, se está de mal, ele está batendo.

Para calar o coração precisou tirar os pensamentos do alcance, precisou afogar a água, respirar o canto dos sapos no brejo da noturna lua.

Se chover vou ver as coisas cantarem, as coisas do mato, as coisas da vida, as coisas das coisas.

Tirei meus sapatos, eles não eram meus...

Pisei na grama, ela não é minha, mas é minha amiga, quem sabe ali ela guarda uma cobra e esta cobra seja minha inimiga, dentro do coração do diabo, há Deus, Deus está em todos os lugares, inclusive em deus.

A formiga da formiga é maior que eu, estou em cima da porteira ouvindo o som da natureza, pouco me importa o motor, sabe a vida onde eu vou, só eu mesmo não sei, as outras pessoas que não sabem, não se importa, não me importa, não me entorna, me entorta.

Estou passando pelo passado presente, estou aqui em vários ambientes, esto uno mundo virtual da imaginação, estou no brejo e da vida uma canção.

Não é fácil parar por aqui, por aqui estive feliz e perdido e perdido devo seguir...

Poeta Pires Pena
Enviado por Poeta Pires Pena em 08/12/2017
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