Flocos

Não há para onde ir. Perderei essa vida em meus braços e tudo que posso fazer é segurá-la, a protegendo da neve...

Me pergunto o que estou tentando fazer...

O campo de flores está tão longe que a figura dela brincando já está fora de meu alcance... Queria tanto estar ao seu lado dessa vez... Eu poderia brincar com a grama e vê-la sorrir novamente, como naquele dia de verão...

Mas agora tudo está frio, e já não resta mais esperança.

A neve continua a cair sobre nóis. Cada floco esculpe um momento da eternidade.

Perco o tato de meus dedos, o mundo em minha volta começa a se estreitar...

A cidade desaparece ao Horizonte... Dos galhos secos brotam flores e a neve se vai...

Vejo ao longe ela sorrindo para mim, me esperando...

Não sinto meu corpo.

Já não sei mais o que é real.