A MOÇA DOS OLHOS AZUIS

Era apenas mais uma segunda-feira,mas, para João,seria a mais rica de seus fadigados dias.

Num dos seus dias de rotina em seu trabalho,em uma lanchonete,ele foi surpreendido por uma beleza que nunca tinha visto igual;era uma mulher encantadora;mas o que mais o encantou foi os olhos azuis da bela moça,pareciam pedras preciosas,tinham um brilho apaixonante,mas também pareciam esconder anos de segredos.

Ela veio até ele,pediu uma xícara de café e uns canudos crocantes de chocolate;o jovem rapaz ficou sem ação por alguns instantes,ela então repetiu o pedido;ele,meio eufórico,atendeu o mais rápido possível.

A linda mulher sentou-se em uma mesa perto da janela,ela começou a ler um livro enquanto bebia seu café e comia seus canudos.

Jõao não parava de olhar para ela,quando se deu por conta ,estava apaixonado.

Todos os dias eram assim,ela chegava às 16:00 horas,fazia o mesmo pedido e lia o mesmo livro.

Certo dia,quando o jovem estava servindo o café,ela perguntou se ele conhecia Machado de Assis - esse era o nome que estava na capa do livro, ele respondeu que sim,e disse mais,disse que era um grande amigo seu;ela,espantada,retrucou dizendo que era impossível,o rapaz continuou afirmando e complementou com a seguinte injúria:

- Como impossível,Machado é meu amigo sim,ele é o açougueiro ali da esquina,só não sabia que seu sobrenome era Assis e que escrevia livros.

Ela se calou e deu um sorriso irônico,ele,obviamente,não entendeu o porquê.

Infelizmente a ingenuidade ou tolice da nossa cultura (ou falta dela),fez com que o garoto cometece essa falha.

João estava decidido a se declarar para a moça dos olhos azuis,no dia seguinte,o mesmo preparou uma pequena cartinha lhe revelando seu sentimentos.Ficou ansioso o dia inteiro,aguardando o momento dela entrar.João engolia o tempo para ver se tudo passava mais rapidamente.

Só que foi inútil,a moça não apareceu naquela tarde,nem na outra e nem na outra...nunca mais apareceu.

Ele sempre deixa a cartinha no seu bolso,com a esperança de que ela irá voltar,fazer o mesmo pedido e ler o livro do seu "amigo" Machado.

João nunca perguntou seu nome,mas não precisava,pois, para ele, bastava estar perto dos olhos azuis daquela bela moça.

Assis William
Enviado por Assis William em 15/08/2007
Reeditado em 07/01/2009
Código do texto: T608042
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