PORTEIRA VELHA.
Vento frio soprava a areia branca daquela estrada bem no cume da montanha.
Varria a areia fina do chão nos dois trilhos batidos do caminho em meio um cordão de capim barba de bode todo entrelaçado devido ao vento.
As raízes de guatambu expostas devido à escavação do vento faziam ressaltos na estrada.
Os capins e moitas à beira do caminho inclinavam-se até ao chão com o sopro da ventania.
Uma porteira com seu batente arrastando no chão, fazendo um degrau mais fundo na terra dura do trilho.
O mourão da porteira já desgastado pelo tempo, bastante torto de tanto levar pancadas.
Por aquela porteira já passaram gente a pé, a cavalo, de charrete, de bagageira e carro de boi.
As tábuas esbranquiçadas de tanto tomar sol, chuva e vento, mais pareciam um pedaço de pedra cortada instalada entre dois mourões.
Porteira velha, se você falasse, com certeza tinha muitas histórias para contar.
É isso aí!
Acácio Nunes