O nordestino
Algo não estava transcorrendo em suas normalidades, ele havia saído bem nas primeiras horas do dia, sempre foi valente, de nada temia em busca das rezes rebeldes, com insistência traziam presas no laço com  bravura ele agia.
Todos o aguardavam para as refeições costumeiras em hora marcada, costume do dia a dia, mas hoje na fazenda havia algo de sinistro pairando no ar, a estradinha que sempre o trazia de volta do seu serviço, estava ermo, não se ouvia o grito dos boiadeiros, o sol já estava no alto do céu, até agora não voltou como costume rotineiro. Todos seus amigos se reuniram e procurava por todos os qudrantes a fim de localizar mesmo seja morto ou até vivo, assim o encontraram.

Lá estava estendido ao chão com os olhos fechado já sem vida todo ensanguentado, esfolado com os ossos quebrados nem tempo de gritar lhe deu.
Com este fim tão triste, a morte lhe exterminou o que era vida agora só um nome a lembrar, os braços que outrora fortes agora sem energia em pleno sol do meio dia, um ponto final em sua vida que agora tudo já terminou.
Juca Preto naquela metade do dia, a mando de seu patrão em busca de um animal, por obrigação ele atendia, em meio aos espinheiros conduzindo seu cavalo assim se ia, com velocidade perseguindo aquela vaca que em sua frente corria, conseguiu rodar a corda, atirou ao pouco espaço,  mas por certo atingiria, o animal quando se viu preso pinoteava e relutava pra se livrar das armadilhas.
Seu cavalo fiel amigo do seu lado o tempo inteiro ali permaneceu parece que lamentava esta perca tão dolorosa deste seu companheiro, Não mais se ouvirá o aboio deste grande herói vaqueiro tudo ficou tão triste, o sertão emudeceu, Juca preto, seu corpo inerte em volta ao silêncio nada pode se fazer ele morreu.
Dona Divina com seus cinco filhos arrodeados a beira do fogo do fogão de lenha narrava esta histórias enquanto os mais grandinhos entendia tudo que se passou com seu painho.
Dona Divina e seus cincos filhos ganharam como indenização em trabalhos prestados por longos anos, o casal Juca Preto e dona Divina foram recompensados pela dedicação nestas terras deste seu patrãozinho, ganharam e documentado como recompensa; uma pequena gleba que fazia parte desta fazenda e situado bem perto do patrimônio neste município nordestino.
Dona Divina ainda ouve ao longe o barulho da festa das vaquejadas, o aboio dos vaqueiros, a missa nordestina evocando os deuses do agreste nordestinos de caatingas, cactos e palmas. Sente-se envolvida de emoções e ainda escondida de seus filhos, ela chora e soluça quando a memória retrata aquele dia fatal quando olhava a estradinha e não percebia o regresso deste seu tão fiel companheiro.
09/maio/2017/Antônio Herrero Portilho.
 
 
Antonio Portilho antherport
Enviado por Antonio Portilho antherport em 09/05/2017
Reeditado em 09/05/2017
Código do texto: T5993811
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