Abeulhudo...?

O Beu ontem apareceu todo safirudo exibindo a sua caixinha de tripla altura, contendo a colmeinha de abelhas silvestres, o seu mais novo hobby. São as jataís, doces na produção e mais doces sem ferrão. Costumam dar-se em ocos de árvores, fendas de muro e até em barrancos onde o barro não seja tão duro.

Sobreviveram à invasão das africanas, as xeretagens do homo erectus e as adversidades naturais da predação. Tornaram-se mais urbanas em função da expansão dos jardins e cultivos afins.

Conversa vai, e vem, com reza, música, causos e comiria também, o clã reuniu-se em torno do mistério deletério de sério do Deus-Menino que faz até sapo virar girino. Mas nem diz isso pro-memoria de padre Guerino.

Varada, na calada, a noite, aurora rompida, a hora foi da constatação dorida: formigas, farejando o mel, ou possuídas pelo signo do maligno, deram na colméia, que nem com prece da Bispa Franciléia, do que por vir, podeis ter idéia: a abelha-rainha foi a primeira fatalidade. E ao invés da mortandade, no salve-se quem puder, as jataís partiram à busca de melhores ares. Aqui, pra tropa invasora, a conquista redentora, o doce mel, o resto, presto, no escarcéu, ganhou o céu.

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 25/12/2015
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