O Apocalipse
"Naquele dia, quem estiver no eirado, tendo os seus bens em casa, não desça para tirá-los; e, da mesma sorte, o que estiver no campo, não volte para trás." Lucas 17:31
O céu escureceu de repente e o Sol se escondeu de forma que não poderia mais ser achado, dando espaço para as trevas dominarem. Nem estrelas, nem nuvens, tudo que se via era o breu total. Eram apenas duas e vinte da tarde de um dia que já não importava mais para ninguém.
Antes disso:
Irmão contra irmão, pais contra filhos, esposas contra maridos. A humanidade estava decadente havia muito, e o caos era a nova ordem mundial. Ninguém se preocupava mais em sequer contar os dias - a chegada a um final de dia em que ainda se respirava já era mais tempo vivido do que o esperado. A moral e os bons costumes há tempos haviam ido para o ralo e já não faziam mais sentido a ninguém.
O lugar que dantes fora uma Igreja hoje era ruínas habitadas por mendigos e criminosos. Não havia sequer um homem bom, nem um homem crente em Deus em toda a face da Terra.
O sol ardia e queimava a pele exposta quando a atmosfera já não passava de resquícios do que um dia fora, o estomago clamava por comida e o corpo todo por água. Era assim que viviam cem por cento da humanidade, ou ao menos o que restava dela, em um ambiente dominado pela violência em todos os âmbitos. Facões, o que restaram das armas de fogo, roubos, lutas físicas, estupros, homicídios e até canibalismo marcavam o dia a dia das pessoas que não só eram vítimas como também causadoras de todo esse mal. Não havia um inocente.
A humanidade estava verdadeiramente se destruindo, já na quinta guerra mundial, esta sim feita de pedaços e paus como previra Einsten com um pequeno erro de numeração. A compaixão pelo próximo não existia mais.
Hoje:
Baixou do céu um conjunto de cavalos. Vermelho, branco e amarelo. Cada um deles simplesmente significava e eis que surge um dragão de seis cabeças e sessenta e seis chifres sobrevoando por sobre a terra. Viu-se que ele causava ainda mais destruição.
Naquele fatídico dia, o Messias finalmente retornou e finalmente o abateu com uma grande espada branca, cortando uma de suas cabeças. O dragão já tinha vivido seus melhores dias, mas não foi tirado de seu trono antes de terminar seu trabalho e toda a humanidade finalmente estar morta.
Espíritos de luz foram chamados de suas covas e ascenderão ao céu, a onde finamente encontraram a paz. Suas almas como que sentiram uma leve brisa espiritual e finalmente puderam se libertar de toda a angústia que haviam sentido em seus dias. Enquanto que outros espíritos, negros e em muito maior quantidade foram lançados em um imenso lago de fogo flamejante, junto com a Besta.
A terra fora destruída, não havia mais possibilidade para nenhum ser vivente, quer seja animal ou vegetal, existir. Tudo fora transformado por completo, e o que havia eram chamas. As almas que ali estavam clamavam, sendo ouvidos lamúrias e gritos de dor e sofrimento vindos do lago de fogo que se fundira ao planeta o possuindo por completo.
Em outro lugar do espaço, um novo céu e uma nova terra acabavam de surgir. Neste lugar, haviam muitas moradas. Não havia mais dor, tristeza e nem angústia. Apenas paz de espírito. E os espíritos bons puderam finalmente descansar e ser felizes - para sempre.