Étoiles de la Nuit
Em uma plena noite de verão, com o calor efervescendo o corpo daqueles que ainda estavam em pé durante a chegada da madrugada, ela sentia-se irrequieta. Não pudera dormir como acontecia em todas as noites. Sua mente vagueava entre mundos, seu corpo entorpecido jazia descoberto, tendendo a ficar inquieto à medida que seus olhos percorriam o ambiente. Num segundo, olhando para cima, deu-se o encontro dos seus olhos com as estrelas no céu noturno, visíveis através da persiana aberta, ao mesmo tempo em que fachos de luz do poste entravam pela janela iluminando a parede acinzentada. E por horas ficou a contemplar as estrelas. Tão bonitas, tão grandiosas, porém pequenas vistas da Terra. Para alguns, ela sabia, o espaço é um lugar tão solitário. Mas não para ela, que só de olhar podia desvendar os mistérios contidos em astros tão luminosos. As estrelas eram maravilhosas em seus pequenos olhos escuros. Olhos que vagueavam a noite a procura de respostas. Pois ali, em seu quarto, a solidão postava-se demasiadamente grande e sombria. Seu âmago sabia, estivera atrás de alguma coisa, por menor que fosse para encher o vazio que a penetrava dia após dia. No entanto, ao olhar para o céu, via as estrelas como sua fonte superior, sua fonte de poder. Ao vê-las, tão distantes, tão pequenas, não se sentia mais só. O negro do espaço era reconfortante, com sua dimensão infinita de descobertas e segredos. E fechando os olhos, ela fazia um pedido às estrelas, sentindo o sopro do vento em seu rosto, enquanto adormecia lentamente. No fundo sempre soubera, as estrelas eram a sua crença. E o espaço jamais seria um lugar solitário!