Sem querer uma paixão
Roberto é nosso colega há 1 ano. Boa gente, alegre, humilde e dedicado. Comunica-se facilmente, embora ainda não domine a língua. Brinca e ginga como os brasileiros que vejo na TV. É bonito e inteligente.
Vez ou outra o encontro triste, mexendo em seu armário, apalpando recados, posts e fotos. Sente falta da sua família, da sua terra.
O trabalho está puxado. Final de ano vem aí. Lotação já esgotada por aqui. Todos nós já conhecedores de nossas escalas.
Penso que, de todos nós, Roberto deve ser o maior conhecedor da sua escala, justamente ela que o impedirá de passar os festejos em sua pátria. Isto me entristece, porque não gosto de vê-lo assim.
Enquanto trabalhamos, sempre que possível, somente com o olhar eu falo: “estou aqui!” e acabo recebendo um abraço.
Estes abraços nos aproximam. Trocamos energias. Prometemos, sem falar, que cumpriremos nossas escalas e entraremos o novo ano com novos planos.
E eu, sem querer, me apaixonando ...