Farra na eleição_parte 1
– Droga, que dor de cabeça chata. Parece que o mundo caiu em cima de mim. Nunca mais bebo daquele jeito – enquanto penso, luto para levantar os olhos pesados.
– Que horas devem ser? O sol está forte. Devo ter dormido muito.
A claridade fere minha visão. Também está difícil conseguir forças para me levantar da cama.
– Que ressaca desgraçada! O que será que fiz ontem? Não consigo me lembrar direito? Minha carteira, cadê?
Enquanto falo isso em voz não tão alta, pois estou com medo de que meus pais abram a porta do quarto e comecem seus sermões intermináveis, abro medrosamente a carteira e tenho uma decepção: – Não acredito! Gastei todo o meu dinheiro. Toda a minha mesada. Puta que o pariu, meus pais vão me matar. Pior, vão me deixar o resto do mês sem nenhum real!
Sento na cama, mas não aguento muito tempo e deito novamente. Logo após, faço um esforço para lembrar o que aconteceu na noite anterior:
– Primeiro eu fui para o Carboni e bebi com Dudu maluco beleza, Playboy Mineiro, Lulu, Mama e Mulher Macho. Depois me lembro que o Playboy ficou me perturbando para irmos ao Centro Histórico, mas... Puta merda, não consigo me lembrar direito do que fiz! Será que aquele fresco me ofereceu alguma coisa errada? Fico desesperado com aquela sensação de provavelmente ter feito merda, mas não saber o quê! Penso em ligar para o Playboy, mas cadê o meu celular? – Putz, será que eu perdi meu aparelho? Será que o danado o penhorou para pegar o "do bom"? Se isso tiver acontecido, estou fodido em dobro! Meu pai tinha acabado de me dar o celular novinho!
Apreensivo, tomo um banho rápido, troco de roupa e vou direto ao Carboni. Chegando lá, encontro o dono do bar e o garçom, uma figuraça, que sempre nos atende. Antes de eu perguntar, os dois já percebem meu semblante de apreensão e me mostram o celular.
– Ufa, ainda bem que vocês acharam e guardaram. Meus pais iam me matar...