O Nascimento da Tragédia do animal
Um dia o animal cruel nasceu.
Cheio de pulsões destrutivas como os outros. Só com mais um detalhe: ele possuía consciência.
Logo foi batizado nas águas sagradas.
O animal cresceu em meio à crueldade dada como sobrevivência e entendeu: eu sou Deus. Eu crio, eu faço e eu mantenho até quando quiser.
E sou o Diabo também: eu destruo, desfaço e dou fim à tudo que eu quiser.
O animal reproduziu religiosamente como manda os costumes. Não porque amasse o outro animal mas só para obedecer a ordem do “meio”.
E um novo animal nasceu. E crescendo absorveu tudo o que o animal mais velho aprendeu.
E de reprodução em reprodução em massa os animais começaram a destruir a si mesmos. Porque ao invés dos animais olharem para o céu, eles começaram a pisar um nos outros mas sem perdão e sem remorso. Os animais construíram o seu próprio inferno. Os animais mataram Deus.
Agora tudo é um caos e o caos virou ordem.