Molly
Era uma vez um unicórnio. Ele se chamava Molly e não era muito atraente. Seu corpo era azul com pintinhas cor de barro, seus olhos eram vermelhos. Tinha asas. Pequenas, brancas e sem nenhuma utilidade.
Como o unicórnio estava cansando de ser xingado por seus companheiros de espécie, ele resolveu fazer um pacto com uma bruxa. Essa bruxa, que também era feia, queria um casaco de pele. Na verdade, de crina dos unicórnios.
Nosso querido e estranho Molly resolveu que faria esse pacto. A bruxa jogou o ‘abracadabra’ e ele virou uma moça não muito bonita. Sim, uma moça. Molly era estranho, feio e gay. Sua cor, sua voz fina e irritante, seu cifre e seus olhos permaneceram os mesmos.
Ele estava feliz com sua nova aparência. Só que ele não ficou feliz com o que a bruxa estava fazendo com seus colegas bonitos. Ela estava tirando que os fazia bonitos.
E ele se irritou. Não, ele virou uma besta – fera. Pior, ele virou macho.
Ele marcou uma luta. A bruxa usando a magia e o casaco de crina. Molly usando uma espada.
Molly treinou e treinou até chegar o dia do confronto.
A platéia era composta por unicórnios tristes. Muito tristes.
Suas asas, que agora tinham utilidade, o ajudou a machucar a bruxa sem nome. Meu Deus como ele lutava! A bruxa jogava raios verde neon, os quais tinham poder ácido. O unicórnio transformado em gente foi atingido várias vezes. A bruxa adorou isso. Ela planejava seu último golpe: um raio lilás com listras pretas que tinha poder pulverizador.
Molly juntou suas últimas forças, levantou a espada, posicionou contra si. Nesse momento o raio foi lançado. Lançado e refletido pela espada. O feitiço virou contra o feiticeiro.
A bruxa virou pó. O casaco também. Molly voltou a ser unicórnio antes de morrer. As crinas foram devolvidas. Uma estátua do unicórnio gay foi esculpida. Ninguém sabe por quem.
A população comemorou depois de chorar. O local da luta se tornou sagrado. E nem todos viveram felizes para sempre.
PS.: Nunca dê sua crina a ninguém.