GUERRA (parte 4) - A ORAÇÃO
Ajoelhei, e chorando, Orei...
– Deus! Sempre neguei a tua existência, sempre neguei a tua influência e a onipresença que me foi pregada por tantas vezes ao longo da minha vida. Acreditei sempre na força do Homem, em seu poder de criação e no poder de suas escolhas; não deixando espaço para o que chamavam de Divindade.
As lágrimas caem.
– Deus! Deus do Impossível! Clamo a ti, pois o Homem não pode me salvar de onde estou. Vai além de nossa compreensão. Eu clamo a ti! Clamo ao impossível, pois vejo que não somos tão grandes quanto pensávamos.
O desespero toma conta da minha voz, em tom de súplica.
– Oh, Deus. Ajude-me. Preciso entender o que acontece comigo. Preciso saber onde estou e sair daqui. Preciso rever minha esposa e meus filhos. Ajude-me Senhor; se existires.
As palavras saíam da minha boca como uma mangueira a jorrar água. Meu corpo tremia e as lágrimas desciam. Eu nunca havia feito uma oração e não sabia se estava certa, apenas que era sincera.
Permaneci pelo que me pareceu um bom tempo naquela posição de submissão. Entregando os pontos ao abstrato e me apegando a uma fé que, até então, não sabia que existia. Desabafei os meus medos, descarreguei minhas dores, esgotei os meus clamores.
Nada aconteceu, além de uma grande sensação de alívio e leveza em meu corpo. Seria esse o resultado de uma Oração?
Continuei minha caminhada. Andei por muito tempo, os dias se perderam em minhas contas.
A paisagem mudara consideravelmente. Já não havia corpos ao chão. O solo, agora, era pedregoso e tinha que tomar cuidado por onde pisava. Não havia vegetação, apenas as rochas cinzentas e melancólicas. No céu, já não havia a variedade de cores, e sim uma única faixa cinza que se estendia até os limites de minha visão.
Após minha primeira e demorada Oração; sempre que me sentia exausto ou desanimado, repetia o feito e era como se estivesse acabado de fazer uma bela refeição. Minhas forças eram revigoradas. Sentia-me bem com isso.
Neste momento de minha jornada, eu realmente considerava a possibilidade de ter morrido durante aquele combate. E que agora, estava vagando sem rumo como uma ‘Alma errante’. Seria isso?
Continuação do texto: “GUERRA (parte 3) - O IMPOSSÍVEL”
Ajoelhei, e chorando, Orei...
– Deus! Sempre neguei a tua existência, sempre neguei a tua influência e a onipresença que me foi pregada por tantas vezes ao longo da minha vida. Acreditei sempre na força do Homem, em seu poder de criação e no poder de suas escolhas; não deixando espaço para o que chamavam de Divindade.
As lágrimas caem.
– Deus! Deus do Impossível! Clamo a ti, pois o Homem não pode me salvar de onde estou. Vai além de nossa compreensão. Eu clamo a ti! Clamo ao impossível, pois vejo que não somos tão grandes quanto pensávamos.
O desespero toma conta da minha voz, em tom de súplica.
– Oh, Deus. Ajude-me. Preciso entender o que acontece comigo. Preciso saber onde estou e sair daqui. Preciso rever minha esposa e meus filhos. Ajude-me Senhor; se existires.
As palavras saíam da minha boca como uma mangueira a jorrar água. Meu corpo tremia e as lágrimas desciam. Eu nunca havia feito uma oração e não sabia se estava certa, apenas que era sincera.
Permaneci pelo que me pareceu um bom tempo naquela posição de submissão. Entregando os pontos ao abstrato e me apegando a uma fé que, até então, não sabia que existia. Desabafei os meus medos, descarreguei minhas dores, esgotei os meus clamores.
Nada aconteceu, além de uma grande sensação de alívio e leveza em meu corpo. Seria esse o resultado de uma Oração?
Continuei minha caminhada. Andei por muito tempo, os dias se perderam em minhas contas.
A paisagem mudara consideravelmente. Já não havia corpos ao chão. O solo, agora, era pedregoso e tinha que tomar cuidado por onde pisava. Não havia vegetação, apenas as rochas cinzentas e melancólicas. No céu, já não havia a variedade de cores, e sim uma única faixa cinza que se estendia até os limites de minha visão.
Após minha primeira e demorada Oração; sempre que me sentia exausto ou desanimado, repetia o feito e era como se estivesse acabado de fazer uma bela refeição. Minhas forças eram revigoradas. Sentia-me bem com isso.
Neste momento de minha jornada, eu realmente considerava a possibilidade de ter morrido durante aquele combate. E que agora, estava vagando sem rumo como uma ‘Alma errante’. Seria isso?
(Continua)