Consulta marcada.
- Bianca Aparecida da Silva…
- Oi…
- Pode entrar. O doutor vai te examinar agora.
- Obrigada.
Ela começou com uma dorzinha debaixo da costela que aumentava a cada dia. O tempo passou, a dor estava insuportável e temendo ser alguma doença grave marcou logo uma consulta.
- Bom dia, doutor.
- Bom dia! Sente-se.
- Obrigada.
- E então, qual o problema?
- Estou com muita dor…
- Onde dói?
- Bem aqui, ó…
- Hum…, você caiu, bateu em alguma coisa?
- Não…
- Tá bem inchado! Há quanto tempo está assim?
- Um tempinho já.
- Deixe-me examiná-la… Respira fundo….. solta. Respira…. solta. Deite-se na maca…, aqui dói?
- Não.
- Aqui?
- Um pouco…
- E… aqui?
- Aaaaaaahhh….. Nossa!!! É bem aí…
- Só um minuto!!! Enfermeira!!!
A moça se contorce de dor. O médico realmente está assustado e aos berros liga para uma das enfermeiras.
- Rápido! Preciso de você na sala 04. É uma cirurgia de emergência!
- O que eu tenho, doutor? Me ajude!
- Procure se acalmar!
Toc-Toc. A porta se abre violentamente. A enfermeira entra e começa a preparar o procedimento cirúrgico.
- Anestesiamos ela, doutor?
- Não vai dar tempo! Me ajude a virar ela. No três! Um…, dois…, três!
Assustada com tudo aquilo, a paciente pergunta atônita:
- Pelo amor de Deus, não me deixe morrer!!!
- Se acalme… Respire, respire…. fu-fu-fu-fu!!!
- Aaaaaaaaahhh!!!
Foi o seu último grito. Agora já não tem mais dor. Está aterrorizada e, ao mesmo tempo, aliviada. Ela se vira para o médico e, sem forças, procura entender mais uma vez o que está acontecendo.
- Doutor…, é muito grave?
- Parabéns, Bianca!!! É um menino!!!
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