Casas vazias
A primeira ficava em uma rua com declive. Era uma destas casas que se imagina em uma rua ladrilhada com pedrinhas de brilhantes.
De madeira, simples, com muro caiado e um jardim.
O quintal era areia. Mas não uma areia qualquer. Uma areia para brincar, para imaginar reinos encantados e jardins que não teriam fim.
Aquela casa dava a entender que o tempo não passaria e que suas intermináveis tardes jamais acabariam.
Mas o tempo passa e quando menos se espera, lá vem uma vida nova, um interesse novo e até uma construção nova.
A casa ficou apenas na memória.
A segunda tinha um grande jardim. Quando foi visitada pela primeira vez, encantou pela quantidade e variedade de plantas que moravam nela.
Foi paixão à primeira vista.
Pintada de branco, acolhia um quarto azul que fazia sonhar. Quanta imaginação aquelas paredes acolheram!
Nas tardes quentes e chuvosas, em suas esquinas repletas de musgo, aquela casa se vestia de magia e ofertava para quem soubesse ver, um mundo de encantos, de imaginação e porque não dizer de esperança.
Nela, o sonho do amor perfeito desfilava incansavelmente pela rua que de tanto vê-lo, também já era sua.
Aquela casa, nas noites de observação do vento que anunciava chuva, dizia que tudo era para sempre e que dias infinitamente melhores viriam.
Mas ela também passou. Deixou apenas um gosto tênue de alguma coisa boa do passado.
A outra casa era de cheiros.
Rosas, margaridas, manjericão, incenso, erva doce e orquídeas. Em cada canto havia vasos para verdejar.
No Natal, se cobria de enfeites e luzes de todas as cores. Quase todas, cinza.
Aquela casa era uma cúmplice na tentativa de transportar para a vida, as matizes que abrigava em suas plantas.
Nela, se projetou muitas formas de alegria. A maioria, perdida em lágrimas que brincavam mergulhadas nas taças rubis das noites perfumadas na varanda.
Naquela casa quase nada floresceu e com alívio foi assistido o seu fim.
Casas da infância, dos sonhos de adolescente, dos planos de uma vida adulta.
Casas que se foram.
Casa apenas de lembranças e hoje, ao contrário de quem sonhou com elas, são apenas casas vazias.
De madeira, simples, com muro caiado e um jardim.
O quintal era areia. Mas não uma areia qualquer. Uma areia para brincar, para imaginar reinos encantados e jardins que não teriam fim.
Aquela casa dava a entender que o tempo não passaria e que suas intermináveis tardes jamais acabariam.
Mas o tempo passa e quando menos se espera, lá vem uma vida nova, um interesse novo e até uma construção nova.
A casa ficou apenas na memória.
A segunda tinha um grande jardim. Quando foi visitada pela primeira vez, encantou pela quantidade e variedade de plantas que moravam nela.
Foi paixão à primeira vista.
Pintada de branco, acolhia um quarto azul que fazia sonhar. Quanta imaginação aquelas paredes acolheram!
Nas tardes quentes e chuvosas, em suas esquinas repletas de musgo, aquela casa se vestia de magia e ofertava para quem soubesse ver, um mundo de encantos, de imaginação e porque não dizer de esperança.
Nela, o sonho do amor perfeito desfilava incansavelmente pela rua que de tanto vê-lo, também já era sua.
Aquela casa, nas noites de observação do vento que anunciava chuva, dizia que tudo era para sempre e que dias infinitamente melhores viriam.
Mas ela também passou. Deixou apenas um gosto tênue de alguma coisa boa do passado.
A outra casa era de cheiros.
Rosas, margaridas, manjericão, incenso, erva doce e orquídeas. Em cada canto havia vasos para verdejar.
No Natal, se cobria de enfeites e luzes de todas as cores. Quase todas, cinza.
Aquela casa era uma cúmplice na tentativa de transportar para a vida, as matizes que abrigava em suas plantas.
Nela, se projetou muitas formas de alegria. A maioria, perdida em lágrimas que brincavam mergulhadas nas taças rubis das noites perfumadas na varanda.
Naquela casa quase nada floresceu e com alívio foi assistido o seu fim.
Casas da infância, dos sonhos de adolescente, dos planos de uma vida adulta.
Casas que se foram.
Casa apenas de lembranças e hoje, ao contrário de quem sonhou com elas, são apenas casas vazias.