O FEIJÃO DO DIVINO.
O FEIJÃO DO DIVINO.
Conto por Honorato Ribeiro.
Aqui é zona seca do Nordeste. As chuvas começam em outubro e terminam em abril. Às vezes chove em agosto e setembro, mas sempre é um fenômeno sendo causado por uma frente fria que muda o clima, mas não é comum em nossa região, no Médio São Francisco. Um lavrador fez os seus cálculos econômicos vendendo seus pertences para aplicá-los em uma lavoura de feijão. Assim executou seu plano. Arou toda terra e plantou feijão, na esperança de colher mais de mil sacas do mesmo. O tempo estava lhe favorecendo, pois, a chuva caia há vários dias como inverno. O feijão crescia e deu bonitas vagens. O lavrador satisfeito e esperançoso de dar-lhe um bom resultado. Já madurecendo todo o feijoal para vir a colheita e ensacá-lo para vendê-lo aos compradores que eram muitos. Mas a chuva cessou de cair e o sol veio forte e a sua lavoura de feijão estava preste a morrer por falta dela (chuva). Alguns já sentiam o sol forte e estavam a murchar e prestes a morrer. O lavrador desesperado e vendo que o prejuízo seria enorme e sua economia que estava ali, naquela plantação de feijão, ajoelhou-se no meio do feijoal e rogou ao Divino Espírito Santo para que ouvisse a sua prece não deixando a sua lavoura de feijão morrer por falta de chuva. Que ele atendesse o seu pedido mandando chuva para a vida do feijoal que estava tão bonito, mas por falta de chuva poderia morrer. Depois de sua prece levantou-se e foi para sua casa. A sua prece foi recebida e atendida, pois à noite caiu um pé d`água forte e amanheceu chovendo e a lavoura do homem foi salva. Mas houve um grande espanto, quando o homem que fizera a prece para o Divino Espírito Santo, quando foi colher o feijão. Toda o feijoal nasceu branquinho como algodão e em cada caroço apareceu uma figura de uma pomba vermelha nitidamente. Não existiu em nenhum caroço de feijão que não tivesse a figura nítida de uma pomba de asas abertas cobrindo o caroço de feijão. O padre Celestino de Oliveira Pinheiro, que conhecia bem o lavrador, foi lá e comprou um saco do feijão, na mão dele e trouxe para Carinhanha e mostrou-os o milagre e as graças recebida desse humilde lavrador pelo Divino Espírito Santo. O padre que era meu amigo trouxera uns caroços para mim. Eu os guardei por muitos anos, mas, depois, por causa de muita mudança que fiz, não sei onde os coloquei. Mas afirmo essa veracidade que houve aqui, no sertão baiano. O feijão colocaram o nome de “Feijão do Divino”. Como diz o dito popular: “A fé remove montanha”. Essa não é uma história de “carochinha”, mas a verdadeira história de quem tem fé e acredita em Deus.
hagaribeiro.