Arreou as calças para o preconceito!

Estudante de Juazeiro da Bahia é vítima de preconceito em universidade no Rio de Janeiro

O estudante de direito Arquimedes Pitombo Carvalho Filho de 21 anos de idade, muito satisfeito por ter conseguido o grande sonho de ingressar na DIREITUNI, uma das mais “conceituadas” universidade de direito do país, situada na cidade maravilhosa, percebeu logo nos primeiros dias de sua nova empreitada que sua missão seria potencialmente impossível. O jovem, advindo da região nordeste, sofria diariamente com brincadeiras de péssimo gosto expressas por seus colegas de classe.

Toda vez que Arquimedes se apresentava para as aulas de “direito civil”, um grupo de estudantes fazia questão de anunciá-lo, detalhando no ato, sua origem e sua prática cultural para saciar a fome:

- Aí Paraíba! Trouxe a rapadura? Tá no bolso esquerdo? E no direito, trouxe a farinha?

Como se não bastasse à alusão feita aos Nordestinos que ora seriam todos Paraibanos, na ótica preconceituosa dos estudantes, o humilhado “Baiano” se valia de práticas ortodoxas e rudimentares de alimentação, além de ser plenamente desprovido de qualquer praxe higiênica.

Sempre que os repetidos anúncios eram entoados pelo grupo dos maldosos colegas, o restante da classe se desfalecia em gargalhadas, tecendo no imaginário, aquela figura tacanha, trajado em adornos nada habituais, em total desalinho e fatalmente incompatível com o nível dos demais estudantes.

Não fora por menos que um belo dia, Arquimedes resolvera dar cabo daquela indesejada situação, já que, nem mesmo o professor e condutor da aula, posicionava-se em seu favor. Naquela vistosa manhã, quando adentrava para mais uma aula de “direito civil”, atentou-se para as “boas vindas” habituais e assim que o fizeram, o jovem se pôs de pé e num misto de ódio e indignação, afrouxou o cinto e arriou as calças expondo suas vergonhas aos insultantes, ao passo que dizia em tom frenético:

- Olha aqui a rapadura, tá especialmente no ponto pra vocês! Quem vai ser o primeiro a vir aqui experimentar?

O que era um estopim tornou-se uma explosão que a DIREITUNI custou em remediar. Após ouvir os relatos de todos os envolvidos, decidiu saltar da morosidade e embrenhar-se no caso, decidindo por uma atitude enérgica e exemplar. Suspendeu o professor da disciplina que contemporizou com a postura preconceituosa do referido grupo estudantil e expulsou os que incitaram tal conduta.

Quanto ao Arquimedes, hoje advoga nas causas cíveis e trabalhistas e ajuda vítimas de preconceito a resguardarem seus direitos enquanto cidadãos.

Carlos Roberto Felix Viana.

CarlosViana
Enviado por CarlosViana em 03/04/2012
Reeditado em 14/10/2014
Código do texto: T3592997
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