Superioridade
Rabiscou um papel avulso. Algumas palavras desnorteantes, outras delirantes. Se achou o tal. Era o rei da cocada preta. Podia tudo. É. Daí rabiscou mais. Foi lá e desenhou o sol. Com isso trouxe a luz. Então quis sombra, com isso veio uma árvore. Descansou um pouco. Viu o que tinha feito e ficou feliz.
De repente teve ares de imperador; então desenhou o mundo e um trono. Imaginou o que poderia fazer, querer e mandar. Poder. Um alucinóide fascinante. Fez uma coroa e colocou um gigantesco diamante nela. Foi lá e criou um escravo que fazia tudo por ele.
Cansou-se de mandar. Era hora de tirar umas férias e pescar. Desenhou um peixe. Mas era pouco. Queria um cardume. Aí um tubarão apareceu, só que era meio cego. Então colocou uns óculos no bicho. Já era o cardume. O predador ficou só, mas a barriga estava cheia; é o importante.
Criou um avião, pulou de pára-quedas e desenhou uma montanha. O avião bateu na montanha. Riu alto!
Daí a Borracha foi lá e apagou tudo. Acabou a festa do Lápis.