A última morte

Andy era um matador de aluguel, dos bons, que só sentia amor por uma pessoa: o seu pai. Já que sua mãe os abandonou e deixou seu pai muito mal. O seu último encontro com sua mãe, Elizabeth, foi mesmo o último. Ele a matou, a pedido de um cliente que lhe pagou muito bem. Eu tinha que contar isso, ou então não iriam entender a história, já que esse não é o começo...

Andy estava deitado na cama. Era aniversário de seu velho e ele planejava fazer uma festinha.

"Vinho, massa e um porco assado." Estava lembrando da última festa com os pais ainda juntos. "Sorria para a foto, Andy." dizia sua mãe.

Era sempre assim nas festas: todo mundo sorria e fingia que tudo estava bem, mas Andy sabia o que se passava com os pais. Aquilo era só para enganar os amigos e vizinhos. O casamento deles estava por um tris.

Agora ele queria se concentrar na festa do pai. Iria chamar os velhos amigos, os fiéis funcionários do Cassino e também algumas garotas para animar. "Com certeza ele vai gostar disso."

Ele não sabia, mas seu pai estava a caminho de sua casa. Precisava contar algo importante ao filho, que certamente gostaria de saber.

Um envelope apareceu embaixo da porta e Andy pensou: "Ah, logo hoje?" Pegou o envelope e colocou na cama, pensando se abria ou não. Embora não quisesse, a tentação de abri-lo foi mais forte. Seu rosto ficou pálido. Sua respiração instável. Ele não queria acreditar.

Andy soltou a foto e pegou a arma. Apontou para sua cabeça e atirou.

O seu pai chegou ao prédio e subiu. Além de Andy, ele era o único que tinha a chave. Estava muito animado, mas sua expressão mudou quando ele viu o corpo do filho no chão, rodeado de sangue. Ligou para uma ambulância, ele sempre foi calmo, pedindo socorro. Na parede, viu algumas fotos, inclusive a de sua ex-mulher, e a data em que ela morreu. "Então foi ele..."

"Quando retiraram meu filho dali, eu vi que tinham outras fotos jogadas, provavelmente mais vítimas. E surpresa, encontrei uma foto minha ali. Eu seria o próximo então, mas o Andy não teve coragem de me matar. Preferiu sua morte à minha. Filho, onde quer que esteja, saiba que eu o amo." E as lágrimas do pai se deram a cair.

Ao nascer do sol, Johnny Owes foi à sepultura do filho. O vento estava fraco, quase uma brisa. Mantendo os olhos no céu, sentiu essa brisa bater no seu rosto, e sorrindo falou: "Sim meu filho, você é meu maior orgulho." e voltou para casa feliz.

O vento soprou de novo, fazendo as folhas descobrirem a frase da lápide dele, que dizia: "Porque se em toda a vida, tivermos o orgulho e respeito de alguém que amamos, qualquer trabalho, loucura ou besteira, valerá a pena. Pai, eu te respeito, mas acima de tudo, eu te amo."