GRÁVIDA AOS 16 - CAPÍTULO 5

- Pedro, isso é uma piada... Não é?

- Não, estou falando sério, muito sério.

Karina sai, e vai em direção às escadas e depois à porta principal. Passa pela sala de visitas e encontra o Sr. George, não fala com ele. Bate a porta com força depois que sai. O Sr. George, por sua vez, sobe as escadas, e vai no quarto de Pedro.

- O que foi que você fez dessa vez?

- Nada.

- Conte logo, algum motivo você deu pra fazer aquela pobre menina sair daqui chorando.

- Já disse que não fiz nada, apenas disse que ela ia ter que abortar o bebê.

- Meu Deus, pelo que vejo você só faz burrada mesmo. Enlouqueceu, ou o que?

- Não pai, não estou. O que está acontecendo comigo é grave.

- Grave é o que você quer que ela faça.

- Pai, o senhor tem que entender. Eu e Karina somos jovens, não temos experiência nenhuma em cuidar de bebês. Ela vai ter que abortar, será melhor para nós dois.

- Vocês são jovens sim. E nenhum casal que tem o primeiro bebê tem experiência, e nem por isso tem intenção de abortar.

- Mas pai...

- Mas pai nada. Você está falando isso, por que está pensando somente em si. E ela? E a dor que ela vai sentir de tirar uma vida que está se gerando dentro dela?

- Não estou pensando só em mim, estou pensando em nós dois. Se ela abortar o bebê, vamos ter a nossa vida normal, sem choro de criança, sem fraldas, sem nada relacionado a bebê. Só estudos, farras e farras...

- Pedro, você está totalmente errado. Primeiro, pratica sexo sem usar camisinha, engravida sua namorada, e depois quer que ela aborte o bebê? Acha que está fazendo alguma coisa certa? Não está. Filho, você está de cabeça quente, precisa parar e pensar melhor sobre o que deve fazer. Já é tarde, você precisa descansar, seu domingo foi longo e tenso. Amanhã você pensa melhor no que vai fazer. Boa noite!

- Está bem, irei pensar nisso amanhã. Boa noite!

O Sr. George sai do quarto. Pedro diz pra si mesmo: Se ele pensa que Karina não vai abortar o bebê, ele está enganado, pois ela vai abortar sim. E se ele não deixar, eu não vou assumir criança nenhuma.

(Continua no capítulo 6)

Iago Marinho
Enviado por Iago Marinho em 01/05/2011
Código do texto: T2941731
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