A Vida de "Nóis" # 3 A Monareta

A Monareta #03

17/09/05

Carteira Furada: E aí Moto. Sarando as cicatrizes?

Moto Cross: Sarando. Eu só ralei o joelho e os dois braços. Nem quebrei o osso.

Carteira Furada: Eu também não quebrei. Só ralei. Doeu hein.

Moto Cross: É

Carteira Furada: Tá doendo até agora. Ei, o que é isso aí na sua, orelha.

Moto Cross: É uma espinha. Agora que ela está amadurecendo ela está doendo pra caramba.

Carteira Furada: É... Eu é que não monto mais numa moto dessas com você tão cedo.

Moto Cross: Você viu a foto como ela ficou depois?

Carteira Furada: Nem vi.

Moto Cross: Então chega ai então. Ó o estado da bagaça, só o pó!

Carteira Furada: Noooossssaaaaa!

Moto Cross: He, He! E ainda que eu arrumei um pouquinho.

Carteira Furada: Quanto de “preju”?

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Moto Cross:Nem Tanto. Eu ia comprar outra mesmo.

Carteira Furada: Mas essa aí era bonita.

Moto Cross: Eu já juntei dinheiro e ia comprar outra mesmo. Só que eu queria ter duas.

Carteira Furada: Mas deu perca total na maquina?

Moto Cross: Não. Eu ia pagar o conserto, mas meu pai falou que ele ia pagar, então vou comprar outra mesmo. Usada, mas sobra mais grana para mim.

Carteira: você não falou que consertava por você mesmo?

Moto Cross: Ah, mas não dá pra concertar tudo. Se bem que o meu pai concertava, mas ele tá muito ocupado então compensa ele mandar alguém arrumar pra ele. Aí com o meu dinheirinho eu compro uma motinha pra mim pra mim e sobra grana para mim. 02

Carteira Furada: Nossa, eu nunca consegui juntar grana o suficiente para comprar uma moto.

Moto Cross: He, He, por que será?

Carteira Furada: Vamos comigo na Lan?

Moto Cross: Jogar é claro.

Moto Cross: Vam’bora. Mãe, tô indo jogar como Elton.

Mãe do Moto Cross: Na volta você passa no mercado e compra um litro de Q-boa?

Moto Cross: Compro, pode deixar.

Mãe do Moto Cross: Pode deixar é? Não demora muito.

Moto Cross: Não, só meia hora. Falô mãe.

Carteira Furada: Falô Dona Rose.

Mãe do Moto Cross: Vão pela sombra, esses meninos...

(na Lan House)

Pascheto: Ah, Peru sua vadia!

Peru: Red Shoot humilation!

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Pascheto: Para fio, quem apagou as luzes?

Peru: Que nada Pascheto. É bomba branca.

Pascheto: Bomba branca, bomba branca, bomba branca na cadeia.

Contador: Peru e Pascheto são dois jovens que adoram passsr tempos e tempos nas Lans Houses jogando um desses joguinhos. A propósito, A Espinger apresenta mais um capitulo de A vida de “Nóis”. Episódio de hoje: A monareta.

Moto Cross: Ponha meia hora.

Moça da Lan: Cada um?

Moto Cross: É.

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Moça da Lan: Números sete e nove.

Peru sentado na máquina: Bora Pascheto?

Carinha de pé: Até que enfim!

Pascheto: Emboriáááááááááááááá né Peru?

Peru: É, se não minha mãe zanga!

Contador: Um pouco longe daqui!

Poeta do Colarinho Branco: Que cidade mais parada. E fria também. Não se vê muita gente na rua... Que tédio.

(Fundo Musical triste)

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Poeta do Colarinho Branco: Rosas são vermelhas, violetas cor-de-vinho. Minha querida, eu não penso em nada te roubar, só um pouco de carinho.

Poeta do Colarinho Branco: A única coisa que compensa um pouco é esse campo. E as pessoas não aproveitam isso. Tolos mortais!!!

Contador: Não sei quem é esse cara, também não há dados dele em minha memória. Só sei que ele não é o Poeta que Johnny e El Loco! Falaram. Deve ser um cover. Mas enquanto isso...

Johnny: Sabe eu... Nunca tive uma namorada como você.

Karina: você já disse isso.

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(Karina Beijando o Johnny)

Karina Suspirando: Sabe... Você é tão fofo!!!

Johnny: Sabe, você sim que é fofa. Tão macia e delicada;

Karina: Que é isso, é bondade sua. Quer ir comigo ao cinema?

Johnny: É claro. Quando?

Karina: Agora. Só vou em casa buscar dinheiro. E—

Johnny: Que é isso! Deixa que eu pago.

Karina: Que cavalheiro. Vamos?

Johnny: Vamos.

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Johnny quase beijando a Karina: Pela primeira vez depois de muito tempo, eu... Consegui ser feliz.

Karina com seus lábios encostados com o do Johnny: Eu também.

Moto Cross: Muito mala aquele joguinho.

Carteira Furada: É... falô Moto!

Moto Cross: Falou Carteira.

(duas horas e meia depois)

Poeta do Colarinho Branco: Que coisa.

Poeta do Colarinho Branco pensando: eu vim de outra cidade, vizinha, mas outra cidade, de a pé para encontrar meu amigo Poeta, mas eu nem sei em que rua que ele mora, só sei que é um bairro novo... E que o numero da casa é 27. Que esperto que eu sou.

(E longe dali)

Johnny: Tchau gatinha! Até amanhã.

Karina: Tchau - tchau. Até amanhã.

Johnny: Foi bom eu ter encontrado essa menina, porque assim eu posso ter tudo o que eu queria quando não tinha ninguém, afeto, um ombro amigo e o melhor de tudo, a presença feminina. Isso é tudo o que eu quero.

Moto Cross: É aqui.

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Moto Cross engrossando a voz: Boa tarde! É aqui que é a oficina e ferro velho do Zé Bastardo?

Jerry: É aqui “mermo”! Não leu a placa não?

Moto Cross: Bom é você o senhor José Bastardo?

Jerry: Não, sou o filho dele. Que que “cê” qué?

Moto Cross: vim comprar uma moto aí.

Jerry: Pode escolher.

Johnny: eu não sabia que tinha “abrido” uma oficina aqui. Putz, aqui tem um cheiro mal. Credo.

Moto Cross: Essa aqui. Perfeitamente é o que eu queria. A sensacional. A única. Quanto custa essa maquina.

Jerry: Duzentão

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Moto Cross: Vou levar.

(Moto Cross entregando o dinheiro ao Jerry)

Jerry: Falô então.

Moto Cross: Finalmente eu tenho a minha “Monareta”.

Jerry: É, é, é... É.

Moto Cross montado na moto e saindo feliz: Minha monareta...

(Johnny passando na calçada)

Johnny: Beleza André?

Moto Cross: E ai Johnny. Quanto tempo.

Jerry: Johnny?!

Johnny: eu tava trabalhando por ai. Mas finalmente isso finalmente acabou.

Jerry Gritando: Eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii! Agente Johnny?

Johnny: Te conheço cara?

Jerry: Oh sim se você me conhece. Graças a você, agente Johnny, eu fui mandado para um reformatório e fiquei seis meses lá, aprendendo a ser gente outra vez. Graças a você, agente Johnny, eu perdi seis meses da minha vida e ainda por cima fiquei com fama de ladrão.

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Johnny: Olha cara, se você foi preso e mandado para um reformatório, eu acho que você mereceu.

Jerry: Ninguém perguntou o que você acha ou deixa de achar.

Moto Cross: Deixa eu ir embora, esqueci de comprar um negócio para minha mãe.

Jerry: Você desgraçou a minha vida agente Johnny. E eu desgraço a sua.

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Jerry: Morra agente Johnny.

Johnny se jogando no chão: Você não sabe o que está fazendo.

(tiro)

Moto Cross: Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaiiiiiiiiiiiiiiii!!! Seu vesgo.

Johnny: André, cara você está bem!!?

Jerry: Dessa vez eu errei. Na próxima não vou errar.

Moto Cross: Eu não to bem, cara, ele acertou... Tá doendo muito... A minha orelha.

Johnny: Calma, agüenta firme. Vou chamar uma—

Jerry: Dessa distancia e nesse estado eu não erro, agente Johnny.

Johnny: Largue essa arma. Ponha ela no chão cara. Você já piorou sua vida. Agora que você conseguiu melhorá-la, você vai voltar á piorá-la?

Jerry mirando para o Johnny: Errado, agente Johnny, não fui eu quem piorou a minha vida. E sim você.

Moto Cross: Putz, cara, que dor.

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Johnny: Agora me lembro! Você foi preso uns tempos atrás quando eu e meus companheiros estávamos fazendo uma operação contra a criminalidade nos subúrbios. Você mais alguns caras foram presos por ameaçarem pessoas inocentes se elas não lhe pagassem drogas e armamentos. Você sabe quanta gente você e seus “amigos” fizeram sofrer? Assim como o meu amigo?

Jerry Atirando: Cala bocaaaa!!!

(Arma sem balas)

Johnny: Você perdeu Jerry.

Jerry: Ai!

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Johnny: eu não acredito que você só tinha uma só bala...

Moto Cross: Cadê a #@&*--rra da ambulância?

Johnny: Guenta aí cara.

Jerry: Isso não ficar assim, agente—

Johnny chutando com tudo o estômago do Jerry: Cala essa boca!!!

Jerry: Uuui!

Contador: Dias depois...

Moto Cross: -- e então o Johnny se jogou no chão e o cara acertou minha orelha.

Carteira: E doeu bastante?

Moto Cross: Claro fio... Foi bem na espinha...

Contador: E aqui encerra mais um episódio de a Vida de nós... Até a próxima. Boa noite!

Espinger 2005

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15/09/2005

Espinger

Helder Henrique
Enviado por Helder Henrique em 05/03/2011
Código do texto: T2829921
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