NO ESTAMPIDO DO TROVÃO

Foi no estampido do trovão que tudo aconteceu,

E nada se reconheceu depois desta explosão,

Me vi perdido no vácuo sem referencia alguma,

Vazio por todos os lados e sensações a distancia,

Com tanta coisa em andança me veio a dita pergunta,

Onde entrou aquele mundo de homens e crenças fajutas,

Mas nada me veio ao cerne e continuei aéreo,

Com a sensação de um cemitério todo isento de defuntos,

Catacumbas abandonadas como fosse um protesto,

Ou quem sabe um manifesto daquela população,

Que nunca fez movimentos por tintas ou pavimentos,

Em suas ruas mal logradas e quase sempre mal cuidadas,

Foi então que me dei conta nova ordem se desponta,

Para reger o que restou nem sei mais como chamar,

Esta coisa ou lugar onde me situo agora,

Sem ventos nem tempestades muito menos geladeiras,

Mas uma coisa existia uma profunda empatia,

Entre tudo que restou não se via hidroelétricas,

Nem as barragens patéticas para abastecer cidades,

Era tudo convergente porem não havia gente,

Nesta atual formação talvez por esta razão,

Nova ordem se instaurou nunca mais se escutou,

Desastres ambientais tudo flui em harmonia,

E as sensações de vazio me completa em plenitude,

O que faltava no meu ser agora posso dizer,

Que esta sincronizado o nada que habita em mim,

Agora se sente assim completo e realizado,

Sem o ego traiçoeiro nem disputa de dinheiro,

Posso ser apenas eu vagando pela estranheza,

E desprezando a beleza que tanto me judiou,

Esta sensação infinda me diz que a vida Divina,

Para mim já começou quando o trovão ecoou.

Miguel Jacó
Enviado por Miguel Jacó em 14/02/2011
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