Presente de Natal.(EC)
Ela viu as luzes do carro parado na entrada da pequena vila. Ela viu e adivinhou. Ele finalmente viera.
Era véspera de Natal. O dia passou rápido. O dia em que ela se dedicara totalmente a esperá-lo. A sonhar que ele viria, finalmente. Cuidou de preparar os alimentos que costumavam comer nesse dia: o pernil assado com farofa. O arroz branco temperado com cebola, alho , sal e leite de coco. A salada agridoce. A rabanada. Tudo simples, mas bonito e bem feito. Arrumou a mesa com a toalha que bordara para a ocasião, com motivos que lembravam os natais que passaram juntos, o quarto, a cama arrumada, o branco lençol que também bordara com os motivos que contavam a história deles. Depois cuidou de si,com esmero, tentando voltar a ser o que era e esquecera. No final da tarde, banho tomado,roupa trocada, cabelos ajeitados, saiu para conferir as casas da vila que tomara sob sua responsabilidade. Amigo, o cão que tinha sido deles, o único que trouxera como companhia quando para ali se mudara, fugindo, seguia-a, inquieto. Ele também sabe, pensou ela, acariciando seu pelo sedoso. Ele também sabe que seu dono está próximo. Já era noitinha quando ambos perceberam o barulho do motor de um carro e viram os faróis iluminando, bem longe. Fez-lhe um sinal pedindo silêncio e Amigo obedeceu. Depois perceberam que os faróis tinham sido apagados e que o carro descia a estrada , com o motor desligado. Ela foi em direção a própria casa, a última da rua e colocou a lanterna acesa no peitoril da janela. Amigo permanecia calado, mas os outros cães que perambulavam pela vila começaram a latir marcando a passagem do homem que descia o caminho, inseguro, com medo, mas esperançoso. Foi então que ele viu a lanterna na frente da casa. Apressou o passo em sua direção. E quando trêmulo ele parou, ela , que o aguardava oculta atrás do tronco de uma árvore, disse ao homem: Eu o estava esperando, por isso deixei a lanterna acesa. Para guiá-lo.
http://www.encantodasletras.50webs.com/presentedenatal.htm - lidnk para os outros textos publicados pelos autores do grupo.
Observação: Os últimos textos do Encanto das Letras que escrevi seguem o mesmo tema e foram inspirados na Crõnica Cemitério do Peixe. São eles: A Lanterna e Bordados da Alma, ambos contos. O tema é o mesmo mas as histórias naõ seguirão necessariamente a ordem cronológica.
Ela viu as luzes do carro parado na entrada da pequena vila. Ela viu e adivinhou. Ele finalmente viera.
Era véspera de Natal. O dia passou rápido. O dia em que ela se dedicara totalmente a esperá-lo. A sonhar que ele viria, finalmente. Cuidou de preparar os alimentos que costumavam comer nesse dia: o pernil assado com farofa. O arroz branco temperado com cebola, alho , sal e leite de coco. A salada agridoce. A rabanada. Tudo simples, mas bonito e bem feito. Arrumou a mesa com a toalha que bordara para a ocasião, com motivos que lembravam os natais que passaram juntos, o quarto, a cama arrumada, o branco lençol que também bordara com os motivos que contavam a história deles. Depois cuidou de si,com esmero, tentando voltar a ser o que era e esquecera. No final da tarde, banho tomado,roupa trocada, cabelos ajeitados, saiu para conferir as casas da vila que tomara sob sua responsabilidade. Amigo, o cão que tinha sido deles, o único que trouxera como companhia quando para ali se mudara, fugindo, seguia-a, inquieto. Ele também sabe, pensou ela, acariciando seu pelo sedoso. Ele também sabe que seu dono está próximo. Já era noitinha quando ambos perceberam o barulho do motor de um carro e viram os faróis iluminando, bem longe. Fez-lhe um sinal pedindo silêncio e Amigo obedeceu. Depois perceberam que os faróis tinham sido apagados e que o carro descia a estrada , com o motor desligado. Ela foi em direção a própria casa, a última da rua e colocou a lanterna acesa no peitoril da janela. Amigo permanecia calado, mas os outros cães que perambulavam pela vila começaram a latir marcando a passagem do homem que descia o caminho, inseguro, com medo, mas esperançoso. Foi então que ele viu a lanterna na frente da casa. Apressou o passo em sua direção. E quando trêmulo ele parou, ela , que o aguardava oculta atrás do tronco de uma árvore, disse ao homem: Eu o estava esperando, por isso deixei a lanterna acesa. Para guiá-lo.
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Observação: Os últimos textos do Encanto das Letras que escrevi seguem o mesmo tema e foram inspirados na Crõnica Cemitério do Peixe. São eles: A Lanterna e Bordados da Alma, ambos contos. O tema é o mesmo mas as histórias naõ seguirão necessariamente a ordem cronológica.