SILÊNCIO MUDO
No ar o aroma do café fresco sendo passado no coador de pano, aroma que tomava todo o ambiente da cozinha, a mesa posta para as duas pessoas que viviam ali, por fim, o café ficou pronto e X serviu-o nas duas canecas enquanto Y olhava com olhar desatento, X sentou-se à mesa e começaram a refeição matinal, refeição simples, café, pão, manteiga e ovos estrelados, alimentaram-se em silêncio, não tinham nada mesmo para conversar, levantaram-se após terminarem o café, era hora de começar o dia, Y retira a mesa do café, lava as canecas e pratos, guarda as sobras de pão e começa a arrumar o alimento que levarão para o trabalho, enquanto X ocupa-se em preparar os lampiões com querosene para acenderem quando voltarem no início da noite e iluminar a casa, arruma também as ferramentas que usarão durante o dia no trabalho.
A caminhada para o local onde estavam trabalhando era longa, seguem lado a lado, o sol já brilha no céu prometendo um dia bastante quente. A paisagem é um tanto seca, o vento levanta a poeira que sobe pelos corpos suados. Todos os dias a mesma caminhada silenciosa, sem palavras para enfeitar o quadro que vai sendo pintado ao longo do tempo, um quadro pintado pelas cores do silêncio, da paz que esconde mágoas, da terra que não espera nada. Em alguns momentos apenas se olham, talvez esperando algumas palavras, ou um beija-flor aparecer e tocar as flores que estão no jardim dos sonhos. O dia foi passando e o trabalho correndo normalmente, trabalhar a terra, plantar, colher, sobreviver, é essa a vida que levam. A tarde chega o sol vai baixando, sem palavras, sem gestos amigos, apenas o companheirismo de estar sempre perto, com o mesmo propósito, ver todos os dias o sol nascer, manterem a esperança de um dia ser melhor, poder dizer que vale a pena viver.
Chega a hora de voltarem, fim do dia, outro dia que poucas vezes se olharam, poucas vezes se notaram, mas o trabalho foi feito, dever cumprido, o retorno não é diferente, apenas os corpos demonstrando cansaço, caminham lado a lado, o silêncio ecoa nos lados da estrada, o sol começa a se deitar, o anoitecer começa a nascer.
Foi apenas mais um dia na vida de duas pessoas, que vivem juntas, trabalham juntas e quase não se conhecem.Foi só mais um dia que acaba no por do sol, sem o canto do rouxinol, com o arame farpado do silêncio que separa vidas, impede idas e vindas de vidas impedidas.
No ar o aroma do café fresco sendo passado no coador de pano, aroma que tomava todo o ambiente da cozinha, a mesa posta para as duas pessoas que viviam ali, por fim, o café ficou pronto e X serviu-o nas duas canecas enquanto Y olhava com olhar desatento, X sentou-se à mesa e começaram a refeição matinal, refeição simples, café, pão, manteiga e ovos estrelados, alimentaram-se em silêncio, não tinham nada mesmo para conversar, levantaram-se após terminarem o café, era hora de começar o dia, Y retira a mesa do café, lava as canecas e pratos, guarda as sobras de pão e começa a arrumar o alimento que levarão para o trabalho, enquanto X ocupa-se em preparar os lampiões com querosene para acenderem quando voltarem no início da noite e iluminar a casa, arruma também as ferramentas que usarão durante o dia no trabalho.
A caminhada para o local onde estavam trabalhando era longa, seguem lado a lado, o sol já brilha no céu prometendo um dia bastante quente. A paisagem é um tanto seca, o vento levanta a poeira que sobe pelos corpos suados. Todos os dias a mesma caminhada silenciosa, sem palavras para enfeitar o quadro que vai sendo pintado ao longo do tempo, um quadro pintado pelas cores do silêncio, da paz que esconde mágoas, da terra que não espera nada. Em alguns momentos apenas se olham, talvez esperando algumas palavras, ou um beija-flor aparecer e tocar as flores que estão no jardim dos sonhos. O dia foi passando e o trabalho correndo normalmente, trabalhar a terra, plantar, colher, sobreviver, é essa a vida que levam. A tarde chega o sol vai baixando, sem palavras, sem gestos amigos, apenas o companheirismo de estar sempre perto, com o mesmo propósito, ver todos os dias o sol nascer, manterem a esperança de um dia ser melhor, poder dizer que vale a pena viver.
Chega a hora de voltarem, fim do dia, outro dia que poucas vezes se olharam, poucas vezes se notaram, mas o trabalho foi feito, dever cumprido, o retorno não é diferente, apenas os corpos demonstrando cansaço, caminham lado a lado, o silêncio ecoa nos lados da estrada, o sol começa a se deitar, o anoitecer começa a nascer.
Foi apenas mais um dia na vida de duas pessoas, que vivem juntas, trabalham juntas e quase não se conhecem.Foi só mais um dia que acaba no por do sol, sem o canto do rouxinol, com o arame farpado do silêncio que separa vidas, impede idas e vindas de vidas impedidas.