___NÃO SABIA QUE ERA AMOR_____

Ela lera o bilhete deixado embaixo da porta.

Lágrimas deslizaram por sua face.

Num impeto de furia ela amassou a folha e

segurou nas mãos tremulas.

Mordeu os lábios enquanto seus pensamentos

duelavam com seu orgulho.

Desistiu de pensar quando olhou o relógio.

Correu por ruas e avenidas, cabelos desalinhados

ao vento.

Ofegante e exausta tirou as sandálias, o transito

era caotico, o tempo escasso.

De pés ao chão correu pelas ruas sem perceber

que a fenda do vestido revelava suas pernas

torneadas.

Carros buzinavam, motoristas gritavam gracejos,

enquanto ela corria em direção a estação de trem.

Subiu as escadarias sem se importar com as feridas

em seus pés descalços.

Não obedeceu ordens de parar quando pulava a catra-

ca.

Prosseguiu entre sinais de parar e gritos de funcionários

que a alertavam que era errada sua ação.

Correu em direção aos trens, ouvindo o aviso sonoro da

partida.

Gritou por seu nome, na infinita esperança de reecontrar

seu amado.

Passageiros percebendo o tumulto se aglomeravam nas

janelinhas.

Enquanto ela desesperadamente batia na lataria gritando

por ele.

O maquinista dera o apito e lentamente o trem fora ganhan-

do velocidade.

Neste momento ela o viu numa das janelas, correu até ele

e seus olhos se encontraram.

Separados pela pequenina janelinha ela enfim lhe dise que o

amava.

Lágrimas deslizaram pela face dele e ele sorriu sussurrando

que também.

Mas não havia como voltar, nem como ir de encontro a ele.

Ela caiu de joelhos no chao num pranto sentido sendo ampa-

rada por policiais da estação.

Vendo seu amado partir pela tolice do orgulho.

SALLITA
Enviado por SALLITA em 31/05/2010
Código do texto: T2292182
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