ANA
Notou que Natureza divide almas em peças de um quebra-cabeça incompreensível e insolúvel. Torna-as marionetes ao sabor do vento e dos caprichos do destino. Ana foi escolhida para viver um sonho esquecido nas esquinas do tempo. Acariciou o que julgara ser criação dos sentidos, miragem, fantasia, invenção de mentes doentias, coisas de incoerentes. Viveu uma realidade bela, proibida e incontrolável. Clamou aos ventos e a tudo o mais pediu clemência. Não foi atendida. Fez-se campo tórrido, insensível, incompreensível e refém de seus limites. Pediu para o seu corpo ser cremado. Não restou o menor vestígio da poesia que um dia viveu.